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10/Jun/2025

Armazenagem: AGI diversifica operações no Brasil

A Ag Growth International (AGI), uma das principais empresas de armazenagem agrícola do mundo, projeta crescer mais de 30% no Brasil em 2025, impulsionada por estratégias de diversificação, inovação em serviços e soluções financeiras adaptadas ao mercado local. Embora o segmento de fazendas tenha tido uma retração significativa no ano passado, a empresa compensou esse movimento com expansão em áreas como agroindústria, portos e bioenergia. Foi um ano de busca por alternativas de geração de valor, com métodos que não utilizamos antes. A empresa se rearranjou para criar interesse em clientes novos, especialmente nas indústrias de etanol de milho e esmagadoras de soja, que estão em tendência positiva. O segmento de fazendas costumava representar cerca de 60% do negócio da AGI no Brasil.

A participação está hoje na faixa entre 30% e 40%, com sinais de recuperação em 2025, especialmente após a feira de tecnologia agrícola Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), na qual o desempenho da companhia foi melhor do que no ano anterior. A carteira atual é a melhor que a empresa já teve no Brasil. Globalmente, a AGI reportou receita líquida de US$ 1,27 bilhão em 2024, um montante 6% maior do que o de 2023. O lucro líquido ajustado foi de US$ 100 milhões, apesar dos desafios macroeconômicos globais, como inflação e juros em alta. A empresa não divulga detalhes da participação brasileira no faturamento global, mas o País é importante e que registrou aumento de receita, mesmo com as dificuldades do ano passado. Apesar do otimismo com a retomada, a dependência do setor agropecuário em relação ao Plano Safra não é positiva. A indefinição sobre os recursos do programa trava decisões de investimento e planejamento.

O pior de não ter Plano Safra é a expectativa. A indefinição trava o produtor. Seria melhor dizer de uma vez que não vai ter. A partir daí, o caminho seria outro, e o mercado se ajustaria. Embora a escassez de crédito oficial e os juros altos sejam um entrave, também funcionam como estímulo à inovação. Para atender à demanda por crédito, a AGI lançou em janeiro do ano passado um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a gestora de capitais Opea, no valor de R$ 250 milhões. Com tíquete médio de R$ 10 milhões, voltado ao financiamento de seus equipamentos, a estrutura está em expansão. A empresa está próxima de um ponto de virada. Quando o número de contratos atingir um certo nível, será possível dar um salto. Além do FIDC, a empresa desenvolve outras frentes de crédito em parceria com bancos canadenses e com o banco DLL.

A AGI amplia sua atuação no Brasil também com novos produtos e serviços. A empresa começou a oferecer serviços de armazenagem e locação de silos, com uma unidade própria em Dourados (MS) e negociações com parceiros. É uma tendência embrionária, mas interessante. Há clientes grandes interessados nesse modelo. A Kepler Weber, concorrente da AGI, também está em vias de ter silos alugados. Em outras frentes, a companhia quer enfrentar a concorrência e aumentar a participação no Brasil atuando em segmentos como fertilizantes, pet food e confinamento. Para essa última área, ela está trazendo ao Brasil um equipamento de médio porte criado no Canadá. O diferencial da AGI está na robustez dos equipamentos e na capacidade de entrega rápida. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.