23/Jun/2025
Segundo o Itaú BBA, a escalada do conflito entre Israel e Irã coloca em risco o abastecimento brasileiro de fertilizantes para 2ª safra de 2026, elevando o temor de uma nova onda de alta nos preços dos insumos em momento crítico para os produtores. O Irã, terceiro maior exportador mundial de ureia, e Israel, sexto colocado em potássio, são fornecedores estratégicos para o Brasil, que concentra parte relevante das importações de ambos os países. Os primeiros impactos já se materializam na cadeia produtiva. As fábricas de ureia do Egito foram desligadas temporariamente após a interrupção do fluxo de gás natural vindo de Israel, que fechou seus campos de produção preventivamente diante do risco de bombardeios.
O conflito direto entre os dois países pode atingir a infraestrutura logística e de produção de fertilizantes. Em maio, antes da escalada mais recente, os preços dos principais fertilizantes já registravam alta nos portos brasileiros. O MAP subiu 3,2%, para US$ 722,50 por tonelada, o cloreto de potássio avançou 2,8%, para US$ 365,00 por tonelada e a ureia teve elevação de 1,3%, alcançando US$ 395,00 por tonelada. Os preços podem acelerar diante do novo quadro geopolítico. O maior foco de atenção do mercado recai agora sobre o estreito de Ormuz, via estratégica que conecta o Golfo Pérsico ao Oceano Índico.
Por esse corredor passam fertilizantes exportados por Irã, Iraque, Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes. Um eventual bloqueio teria impacto direto sobre a oferta global. A preocupação aumenta porque o calendário de compras para a 2ª safra de 2026 coincide com o período de maior tensão. Tradicionalmente, os produtores brasileiros negociam os fertilizantes entre junho e setembro, justamente quando os prêmios de risco logístico tendem a se ampliar. O prêmio de risco elevado, conjuntamente com um cenário de demanda aquecida, pode trazer uma nova ‘pernada’ de alta nos preços dos fertilizantes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.