07/Aug/2025
A Bayer, fabricante alemã de produtos farmacêuticos e agroquímicos, registrou prejuízo líquido de 199 milhões de euros (US$ 230,4 milhões) no segundo trimestre deste ano. O resultado amplia o prejuízo registrado em igual intervalo em 2024, de 34 milhões de euros. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado recuou 0,3%, para 2,105 bilhões de euros no segundo trimestre de 2025. Já as vendas da companhia perderam 3,6% no período, a 10,74 bilhões de euros. A empresa atribuiu o prejuízo aos encargos judiciais, que foram parcialmente compensados pelas reversões de perdas por imparidade em Crop Science. De acordo com o balanço, os litígios relacionados ao glifosato e aos bifenilos policlorados (PCB) resultaram em outras despesas operacionais de 1,692 bilhão de euros, enquanto a reversão das perdas na divisão agrícola teve impacto positivo de 840 milhões de euros.
As vendas na divisão Crop Science tiveram redução de 3,9% no segundo trimestre em uma base reportada, a 4,79 bilhões de euros, com efeitos cambiais negativos. Contudo, em uma base ajustada por câmbio e portfólio, houve alta de 2,2% nas vendas do trimestre, em comparação com igual período do ano anterior. Segundo a Bayer, o crescimento foi impulsionado por ganhos na parte de Sementes e Biotecnologia de Milho na América do Norte, América Latina e Ásia/Pacífico, que compensaram perdas por regulamentações na Europa e nos Estados Unidos. No segmento de Herbicidas, as vendas de produtos não à base de glifosato aumentaram em base ajustada, com maior volume na América Latina e Europa/Oriente Médio/África. As vendas de produtos à base de glifosato ficaram em linha com o ano anterior, com o aumento de volumes compensando a queda nos preços, disse a empresa.
Enquanto isso, as vendas de Fungicidas recuaram em relação ao segundo trimestre do ano passado, pressionadas pelos preços de genéricos em todas as regiões e volumes menores na América do Norte. A companhia também afirmou que as vendas de Inseticidas caíram consideravelmente, por causa da expiração do registro do Movento na Europa. Além disso, o segmento de Sementes e Biotecnologia de Soja teve queda nas vendas, com os impactos regulatórios da revogação do registro do dicamba nos Estados Unidos. Por região, as vendas da divisão agrícola recuaram em todas as áreas em base reportada, mas América Latina, América do Norte e Ásia-Pacífico subiram em base ajustada. Na América Latina, as vendas no trimestre alcançaram 907 milhões de euros, perda de 0,8% em base reportada e ganho de 12,2% em base ajustada. Na América do Norte, a receita caiu 4,2%, ou subiu 0,7% em termos ajustados, a 2,262 bilhões de euros.
Na Ásia-Pacífico, as vendas somaram 598 milhões de euros, 2,1% abaixo do registrado no segundo trimestre de 2024, mas 3,8% maior em base ajustada por câmbio e portfólio. Por fim, a região da Europa/Oriente Médio/África teve receita de 1,021 bilhão de euros no trimestre, queda de 6,8% em base reportada, e de 3,7% em termos ajustados. Na divisão farmacêutica, o grupo teve receita de 4,470 bilhões de euros em vendas no trimestre, recuo de 2,9% ante o reportado em igual período do ano passado. Contudo, em termos ajustados, houve melhora de 0,6%. Já as vendas na divisão de saúde do consumidor da Bayer chegaram a 1,427 bilhão de euros no trimestre, recuo de 2,1% em termos reportados, mas leve alta de 0,6% em base ajustada. Para o acumulado do ano fiscal de 2025, a Bayer elevou sua estimativa para o Ebitda (excluindo itens especiais) para entre 9,7 bilhões e 10,2 bilhões de euros, (ante 9,5 bilhões e 10 bilhões).
A projeção para as vendas também foi ampliada, para uma faixa de 46 bilhões a 48 bilhões de euros (ante 45 bilhões até 47 bilhões). A melhora foi atribuída à divisão de Farmacêuticos, em que o crescimento nas vendas é esperado para entre 0 e 3% (ante -4% a -1%). Em saúde do consumidor, a Bayer manteve a estimativa de alta de 2% a 5%, mas espera agora que o crescimento fique na faixa inferior. Em Crop Science, a perspectiva foi mantida em perda de 2% até ganho de 2% no ano. Segundo projeções da Bayer, o mercado global de sementes e proteção de cultivos deve ter ligeiro ganho em 2025, de 0% e 3%. Além disso, a Bayer afirmou em relatório que segue avaliando os efeitos dos acontecimentos geopolíticos, especialmente em relação às tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos. “Com base nos cálculos atuais, os efeitos financeiros não impactam de forma material nossas projeções para o ano inteiro. Contudo, permanece a incerteza quanto aos impactos futuros de eventuais novos desdobramentos relacionados a essa questão, bem como às variações cambiais. Fonte: Broadcast Agro.