10/Oct/2025
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aprovou nesta quinta-feira (09/10) o relatório do Eixo 3 do Diagnóstico de Descarbonização, Infraestrutura e Aplicações do Hidrogênio nos Portos, que encerra o ciclo de estudos sobre sustentabilidade portuária iniciado em 2021. O estudo aponta avanços na agenda verde, mas vê demandas para o poder público e iniciativa privada. O diagnóstico foi realizado no âmbito do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado com a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), que prevê a entrega de um projeto em três eixos. A etapa avaliou as práticas de descarbonização em cinco portos brasileiros: Itaqui (MA), Pecém (CE), Paranaguá (PR), Santos (SP) e Açu (RJ). Esses portos já aplicam medidas concretas de incentivo à redução de emissões de gases de efeito estufa (GEEs), como descontos tarifários e prioridade de atracação para embarcações com menor pegada de carbono.
O levantamento também identificou avanços nos Planos de Descarbonização: o Porto do Açu já possui um plano consolidado, enquanto os demais estão em fase de finalização. Entre as principais ações em andamento, o estudo destaca a instalação de painéis solares, contratação de energia renovável certificada, substituição de equipamentos a combustão por elétricos, modernização das redes elétricas e parcerias para aplicação de combustíveis de baixo carbono. Em relação às emissões, três portos (Santos, Itaqui e Açu) contam com inventários completos de GEEs. O Porto do Açu se destacou por incluir o Escopo 3, que considera emissões indiretas ligadas a dragagem e transporte logístico. Para acelerar a adoção de combustíveis limpos, o relatório recomenda a criação de um Plano Nacional de Hidrogênio Verde e a implementação de incentivos fiscais. Também sugere ampliar as parcerias público-privadas para desenvolver infraestrutura e corredores verdes de exportação, além de fomentar pesquisa e inovação para reduzir custos e aumentar a competitividade das tecnologias sustentáveis.
Como conclusão da iniciativa, o projeto também apresentou um guia de boas práticas e recomendações que visa consolidar experiências e diretrizes para a descarbonização do setor portuário brasileiro. A descarbonização portuária é fundamental para manter a competitividade do Brasil e cumprir as metas climáticas internacionais. A liderança da Agência e do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) será decisiva na articulação de políticas públicas, regulação e estímulo a investimentos em infraestrutura sustentável. Incluo também neste rol esforços institucionais no sentido de viabilizar parcerias internacionais, incentivos econômicos e capacitação técnica, que se mostram indispensáveis para garantir uma transição energética eficiente e duradoura, tornando os portos brasileiros mais resilientes e alinhados às melhores práticas globais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.