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30/Oct/2025

Fertilizantes: entrega deve bater recorde em 2026

O Rabobank prevê que a entrega de fertilizantes deve bater recorde em 2026, apesar de o agronegócio brasileiro enfrentar mais um ano de margens apertadas, especialmente entre produtores de grãos. O cenário reflete crédito escasso, custos operacionais elevados e alavancagem acumulada entre 2019 e 2023. O crédito deve seguir escasso, e os produtores, principalmente os de grãos, ainda devem continuar vivenciando um aperto nas margens em 2026. A recuperação financeira só deve ocorrer na metade de 2027, com a equalização dos problemas observados nas últimas safras.

As entregas de fertilizantes em 2025 devem alcançar 46,6 milhões de toneladas, cerca de 10% acima do ano anterior, sustentadas por importações recordes de 45 milhões de toneladas até o fim deste ano. Para 2026, a projeção é de 46,5 milhões a 47,5 milhões de toneladas, apoiada pela antecipação de compras e pela continuidade dos investimentos no campo. É até um pouco 'contraintuitivo' pensar em recorde de entrega de fertilizantes quando as margens estão apertadas, mas o produtor continua investindo e vai continuar plantando. A substituição de fontes de fósforo ajudou a sustentar o volume total importado.

O Brasil reduziu a entrada de MAP (fosfato monoamônico) e aumentou as compras de super simples (SSP) e super triplo (TSP), mantendo o nível de P2O5 próximo ao de 2024. Mesmo assim, o custo de adubação médio em 2025 ficou 7,4% mais alto que no ano anterior, com destaque para a cana-de-açúcar, cuja alta chegou a 10,7%. O fósforo continua sendo o principal foco de atenção, com preços internacionais muito acima da média histórica. Em julho, a cotação atingiu US$ 760,00 por tonelada, ante US$ 630,00 por tonelada em fevereiro, recuando para cerca de US$ 660,00 por tonelada em outubro. O alívio é passageiro.

O balanço global de oferta e demanda segue bastante apertado e deve continuar assim pelos próximos dois anos. No caso da ureia, os preços continuarão oscilando conforme os leilões da Índia, que influenciam o mercado global de nitrogenados. O cloreto de potássio (KCl) apresenta maior estabilidade, com balanço global considerado “tranquilo”. O banco também chama atenção para o desempenho desigual entre as culturas. O café continua como a commodity de melhor margem operacional, enquanto cana-de-açúcar e laranja enfrentam retração em virtude de menor produtividade e queda de preços.

Apesar de margens reduzidas, o setor ainda busca eficiência e controle de custos para atravessar essa fase de transição. Em relação aos defensivos agrícolas, deve haver uma recuperação gradual após o excesso de estoques de 2024. O mercado deve crescer 1,5% em volume e 1,0% em valor em 2025, superando os US$ 20 bilhões, com tendência semelhante em 2026. Mesmo assim, o banco alerta para a pressão competitiva de novos entrantes chineses e para a dificuldade das empresas em recompor margens diante da fragilidade financeira dos produtores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.