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05/Out/2020

Paraquate: proibição elevará custos de produção

A proibição do herbicida paraquate no Brasil, desde o dia 22 de setembro, deve provocar aumento do custo de produção agrícola, considerando que os produtos substitutos, como o glufosinato de amônio e o diquate, são patenteados e com preços mais elevados em comparação ao paraquate. E mesmo com diferentes tecnologias, esses produtos têm a dosagem por hectare semelhante ao herbicida proibido (entre 1,5 litro e 2,5 litros por hectare). Se o paraquate for substituído pelo glufosinato, o aumento de custos agrícolas da soja seria da ordem de 4,2%, assumindo que o primeiro custa R$ 21,70 por litro e o segundo R$ 74,40 por litro, ambos usando a dosagem de 2 litros por hectare.

Sob a ótica de curto prazo, além do aumento de custos por hectare, o produtor pode ter dificuldades em encontrar volumes suficientes dos herbicidas substitutos nas revendas e na indústria. Uma possível falta desses produtos pode colocar em risco a capacidade de se realizar a safrinha na janela correta já que a planta teria que completar o ciclo naturalmente, sem a aplicação do produto. Do lado das empresas de defensivos agrícolas e dos canais de distribuição, a atenção deve se voltar ao tamanho dos estoques de paraquate que tais empresas carregam uma vez que sua venda está proibida e, portanto, poderá afetar os resultados oriundos dessa linha de produto.

Segundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 177) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde o dia 22 de setembro ficou proibida a comercialização e aplicação do defensivo agrícola em todo o território nacional. A decisão de banimento foi tomada pela agência em 2017. À época, a Anvisa deu três anos para que o produto fosse retirado do mercado, sob a justificativa de o uso poder estar associado à doença de Parkinson. A indústria e as revendas deverão recolher todo o estoque do paraquate em 30 dias. Segundo a Lei de Agrotóxicos, quem utilizar ou vender o herbicida poderá ser multado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.