09/Out/2020
As vendas de máquinas agrícolas confirmaram, em setembro, que iniciaram um movimento de recuperação mais firme no País. E, embora o mercado ainda esteja longe de seus melhores dias, a indústria está mais otimista sobre os resultados no ano. Segundo dados divulgados na quarta-feira (07/10) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas somaram 4.767 unidades no mês, 8,9% mais que em agosto, mas ainda 4,2% menos que em setembro de 2019. O número inclui máquinas rodoviárias, que representaram pouco menos de 10% e que também estão com demanda mais aquecida. O aumento em relação a agosto está em linha com a maior procura por recursos do Moderfrota de julho a setembro, sobretudo por parte dos produtores de soja e milho, que estão capitalizados e têm boas perspectivas para esta safra 2020/2021.
Mas, a queda na comparação interanual ainda é um sinal de que as feridas provocadas pela pandemia vão demorar a cicatrizar. Nos primeiros nove meses de 2020, as vendas alcançaram 33.283 unidades, um incremento de 0,9% ante igual intervalo do ano passado, quando houve escassez de crédito nas principais linhas do governo e o mercado já estava retraído. Depois do avanço de setembro, a Anfavea elevou sua estimativa para as vendas no acumulado do ano para 45,9 mil unidades, 5% mais que em 2019. A boa fase do mercado de grãos vai colaborar para a consolidação do crescimento. Mas, a relativa fraqueza das vendas até agora continua a ter reflexos negativos sobre a produção. Foram montadas no País 4.563 máquinas agrícolas e rodoviárias em setembro, 4,7% mais que em agosto mas quantidade 4,8% menor que em setembro de 2019. Nessa frente, foi o pior resultado para um mês de setembro desde 2017.
Nos primeiros nove meses do ano foram 33.178 unidades, queda de 19,6% na comparação com igual intervalo do ano passado. Mas, a tendência é de retomada. A entidade elevou sua projeção para a produção em 2020 para 51 mil unidades, agora 4% inferior ao total do ano passado. Em julho, a expectativa era de queda para 48,6 mil unidades. As exportações continuam atrapalhando os resultados do segmento, ainda esvaziadas pela baixa demanda da Argentina, que até reagiu em setembro, mas diante de uma base de comparação frágil. Em setembro, as exportações atingiram 838 unidades, com aumento de 26,2% ante agosto, mas retração de 12,9% sobre setembro de 2019. Foi o pior resultado para meses de setembro desde 2001. Nos primeiros nove meses do ano foram 6.535 unidades, queda de 32,5%. Para 2020 como um todo, a expectativa é de redução de 31%, para 8,9 mil unidades. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.