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19/Out/2020

NEW HOLLAND: consumo de máquinas aquecido

Uma conjunção de fatores, como boa rentabilidade dos produtores rurais, taxas de juros mais baixas nas linhas de investimento do Plano Safra 2020/21 e boas perspectivas para a safra que começa a ser cultivada, tem contribuído para uma renovação da frota brasileira de máquinas agrícolas de forma acentuada nos últimos meses, segundo o diretor de Mercado Brasil da New Holland Agriculture, Eduardo Kerbauy. Esse movimento, em um ano em que indústrias de todo o mundo tiveram de paralisar temporariamente sua produção para cumprir medidas de isolamento social em virtude da pandemia de covid-19, levou a New Holland a trabalhar com capacidade máxima sem ainda conseguir repor estoques nos níveis pré-pandemia, contou o executivo. "Quando houve a restrição de produção (paralisação de fábricas por cerca de um mês, no primeiro semestre) e o mercado continuou comprando, quem absorveu a demanda foram os inventários (estoques) de fábrica e de concessionários.

Agora os fabricantes estão na fase de refazer seus inventários, então os próximos cinco meses serão de produção mais ajustada à demanda, da mão para a boca", explicou o executivo. Kerbauy diz que a perspectiva para as vendas de máquinas agrícolas da empresa, traçada pelo vice-presidente para a América Latina, Rafael Miotto, em agosto, não mudaram. Em live promovida pelo Broadcast Agro naquele mês, Miotto disse que esperava vendas no Brasil 10% superiores às de 2019. Para o setor, a expectativa era de estabilidade ou crescimento de até 5% no número de unidades vendidas no atacado (para concessionários) e manutenção ou alta de até 10% nas negociações com o varejo (direto com produtores rurais). "Tem sido um ano bem volátil, porque os fabricantes, em algum momento, acharam que o mercado poderia recuar 20% e agora estamos falando em crescer 10%", comentou. "Não serão vendas recordes, mas em linha com os anos anteriores", ponderou. A projeção se mantém apesar das incertezas quanto à oferta de crédito que surgiram desde agosto.

"Uma dúvida que surgiu de lá para cá, para o agricultor, é se haverá recursos suficientes (para financiar a compra de máquinas). Se continuar nessa toada (de demanda por financiamento), até o fim do ano poderá haver dificuldade de acesso a algumas linhas", comentou. "Está tendo um consumo antecipado (do dinheiro de linhas de investimento) em relação ao que foi previsto. Mas o produtor está animado com o início do período das chuvas, os indicadores para os preços das commodities são muito bons, o travamento dos preços das commodities está em níveis recordes e, por isso, mesmo com a incerteza de crédito, acredito que o produtor vai pensar que é melhor aproveitar o momento atual para garantir sua produtividade lá na frente", acrescentou Kerbauy. Ele destacou o peso do dólar valorizado ante o real para levar os preços das commodities agrícolas aos patamares elevados atuais e garantir boa rentabilidade aos agricultores. Na última terça-feira (13), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) comunicou a suspensão de novos financiamentos para o Moderagro, ou Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais.

Segundo o aviso 49/2020, publicado no site do banco de fomento, estão suspensos, desde 9 de outubro, pedidos de novos financiamentos para o Moderagro "em razão do nível de comprometimento dos recursos disponíveis no aludido programa, para o ano agrícola 2020/21". No dia 6 de outubro, o Ministério da Agricultura havia informado que a contratação de crédito rural entre julho e setembro já somava R$ 73,8 bilhões, ou 28% a mais que nos três primeiros meses do ano-safra 2019/20. Só para o Moderagro, foram contratados R$ 658 milhões - no dia de lançamento do Plano Safra 2020/21, em 17 de junho, os recursos anunciados para esta linha pelo governo federal eram de R$ 1,45 bilhão, ou 20,8% maiores ante o ciclo passado. No fim de setembro, o BNDES já havia suspendido novos pedidos para o Pronamp Investimento (destinado ao médio produtor rural), algumas linhas do Pronaf (voltado ao produtor familiar) e Inovagro (linha destinada à inovação agropecuária). Fonte: Agência Estado.