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04/Nov/2020

Fertilizantes: demanda da Índia sustenta preços

Segundo o Rabobank, o último leilão de compra do fertilizante nitrogenado ureia pela Índia surpreendeu o mercado e deve garantir a sustentação dos preços do insumo pelos próximos 15 dias. O volume de ureia adquirido pela Índia no leilão foi alto, surpreendente: cerca de 2,2 milhões de toneladas a serem entregues até 16 de novembro, o que pode inverter um pouco a tendência de preços em queda no curtíssimo prazo. A Índia tem mais um leilão pela frente, a demanda será menor do que nos últimos dois, porém deve ser o suficiente para que os preços tenham ligeiros aumentos nos próximos 15 dias. Em agosto, os compradores indianos tinham adquirido 1,8 milhão de toneladas de ureia. Daqui a aproximadamente duas semanas, contudo, passam a predominar no mercado de nitrogenados fatores baixistas.

A perspectiva é de, ao longo do primeiro semestre, em especial no segundo trimestre de 2021, as cotações se aproximarem dos níveis mais baixos do último ano e também dos últimos três anos, entre US$ 200,00 e US$ 215,00 por tonelada nos portos brasileiros, ante a faixa de US$ 260,00 a US$ 280,00 por tonelada nos últimos meses. Dentre os fundamentos destacados estão o encerramento da safra na Índia, a redução do ritmo de compras no Brasil, que importou, de janeiro a setembro, 1,3 milhão de toneladas de ureia a mais do que em igual período de 2019, e atrasos nas compras de produtores europeus, que só devem ocorrer de forma mais acentuada a partir de meados do primeiro trimestre de 2021. É preciso esperar um pouco para ver como será a dinâmica de preços e das culturas na Europa e nos Estados Unidos, entender melhor o que vai mudar, mas já há alguns indicativos do que está por vir no primeiro semestre do próximo ano. Um deles é a acentuada alta das cotações internacionais do trigo, que chegaram ao nível mais alto desde 2014. Isso deve ter impacto positivo sobre a área e a demanda por nitrogenados.

A demanda de nitrogenados para a cultura do milho ainda é incerta porque, se por um lado os preços do cereal subiram nas últimas semanas na Bolsa de Chicago, a relação entre o preço do grão e da soja ainda favorece o plantio da oleaginosa nos Estados Unidos, o que tende a influenciar a demanda por ureia no país no primeiro semestre de 2021. Mesmo que ocorra aumento de área de culturas que demandam adubos nitrogenados, a primeira opção de produtores norte-americanos deve ser outro produto chamado UAN, semelhante a uma ureia líquida, bastante usado no Hemisfério Norte. O UAN está com desconto em relação à ureia, então mesmo que haja esse movimento de demanda por nitrogenados, deve ser puxado pelo UAN para só depois haver uma transmissão de preços para a ureia. Esse é outro fator que leva à crença de que a demanda por ureia no primeiro semestre de 2021 continuará relativamente baixa e não deve trazer muitas surpresas ou sustentação aos preços. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.