06/Nov/2020
A escalada do dólar ante o real ao longo deste ano terá impacto negativo sobre o mercado de defensivos agrícolas. O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) projeta queda de 11,8% da receita em dólar em 2020, para US$ 11,994 bilhões. No ano passado, a indústria movimentou US$ 13,603 bilhões. Em moeda brasileira, o faturamento deve crescer 7,8% em 2020. Com o Real depreciado ante o dólar, a receita das empresas em real acaba se convertendo em montante menor em dólar do que se a divisa norte-americana estivesse menos valorizada. Além disso, a maior parte dos custos da indústria é na moeda estrangeira, em virtude da importação de matérias-primas.
Até outubro, a perda cambial foi de 22% para o setor. Ainda não foi possível repassar integralmente o aumento dos custos a compradores. Em 2019, o valor do mercado de defensivos no Brasil foi maior do que em 2018, tanto em dólar (1,7%) como em Real (15,2%). A área tratada com defensivos agrícolas em 2020 deve aumentar 6,5% na comparação com 2019, atingindo 1,664 bilhão de hectares. O cálculo considera a área que recebeu agroquímicos multiplicada pelo número de produtos usados e pela quantidade de aplicações de cada produto na mesma lavoura. Em 2019, a área tratada alcançou 1,562 bilhão de hectares. O avanço em 2020 é semelhante ao verificado em 2019, de 6,8%.
O crescimento neste ano se dá por dois fatores principais: ampliação da área plantada no País e maior pressão de insetos sugadores (como percevejos, cigarrinha-da-cana e cigarrinha-do-milho), doenças (ferrugem asiática e mancha-alvo na soja e ramulária no algodão) e plantas daninhas resistentes (com destaque especial para caruru e buva). A alta incidência demanda reforço nos cuidados com manejo e controle destas pragas. O Sindiveg e as empresas associadas vêm reforçando ações para difundir boas práticas na aplicação de agroquímicos no campo, a fim de garantir que as recomendações de bula e de órgãos reguladores sejam seguidas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.