25/Nov/2020
Durante o Summit Agronegócio Brasil 2020, a empresa de serviços aéreos agrícolas Arpac afirmou que a aplicação de defensivos por drones nas lavouras reduz em 45% os custos totais e em 80% os gastos com defensivos. Em caso de tratamento de ervas daninhas, a economia em herbicidas chega a 65%, em função da aplicação dos produtos de forma localizada, com base em imagens de GPS. Com o desenvolvimento customizado dos seus próprios drones e fabricação de grande parte deles na China, a Arpac oferece soluções com imagens de alta qualidade em escala milimétrica e os resultados agronômicos são positivos mesmo em terrenos acidentados. Dependendo da característica de cada equipamento, a empresa customiza as funções para a realidade brasileira e desenvolve diferentes soluções de aplicação.
Para formicidas granulados, por exemplo, tínhamos de largar 20 gramas a 60 quilômetros por hora e a 20 metros de altura, sendo que eles não poderiam cair a menos que 10 centímetros um do outro. Com testes feitos em lavouras de milho, por exemplo, há muitas vantagens dos drones: milho em pré-colheita já está bem alto e impossibilita a entrada de máquinas na área. Em áreas pequenas, não compensa usar aviões agrícolas para aplicar defensivos. Assim, em testes feitos pela Arpac, com aplicação de fungicidas pré-pendoamento, houve ganho de 15,39 sacas de 60 Kg por hectare. As áreas-testemunha, onde não houve aplicação, colheram 15,39 sacas de 60 Kg por hectare a menos do que as 197,87 sacas de 60 Kg por hectare das áreas tratadas.
É uma tecnologia que pode ser acessada também por pequenos produtores, que ficam fora do mercado de aplicação por avião agrícola, que aplicam em áreas de no mínimo 20 hectares, por exemplo. Sem tecnologia de drones ou na impossibilidade de entrar com grandes máquinas na propriedade, pequenos produtores lançam mão dos 'pragueiros', que caminham pela lavoura e dizem qual aplicação deve ser feita naquele campo. Mão de obra e investimento em equipamento ainda são problemas para produtores desse porte. A empresa, que teve o primeiro ano de operação em 2018, optou por montar hubs de operação em vez de ter apenas uma base e viajar com os drones pelo País.
Assim, da safra 2018/2019 para a 2019/2020, a Arpac criou hubs em São Paulo, Goiás, Mato Grosso e no Rio Grande do Sul. Na safra 2020/2021, chegaram a Rondônia, Tocantins e Minas Gerais. Em 2020, em julho, começou a operação nos Estados Unidos em parceria com a Taranis, em lavouras de milho e soja em Indiana e Illinois. É consenso no mercado que o drone é complementar ao trabalho do avião, não substituto. Cada equipamento é mais adequado para um determinado tipo de aplicação em determinada área. O entendimento é que pelos próximos 15 a 20 anos o drone ainda vai trabalhar lado a lado com o avião, porque apesar da eficiência do avião, existem regiões em que é difícil de sobrevoar e colocam a vida do piloto em risco. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.