19/Abr/2021
A busca por tecnologias e práticas sustentáveis na agricultura cresceu de forma significativa no Brasil nos últimos dois anos. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontam que, de julho a dezembro de 2020, a área agrícola financiada pelo Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) superou 750 mil hectares, equivalente a cinco vezes a área da cidade de São Paulo. Na comparação com o mesmo período do ano-safra anterior, houve um crescimento de 47%. O levantamento mostra ainda que a recuperação de pastagens degradadas, que soma 372,5 mil hectares, é a tecnologia mais buscada pelos produtores rurais para financiamento pelo programa. Em seguida estão o plantio direto, integração lavoura-pecuária-floresta e sistemas agroflorestais. Dentro deste cenário sustentável, outro crescimento observado foi o aumento na área da produção de agromineirais silicáticos no País.
Esses agrominerais são essenciais para o desenvolvimento de produtos destinados ao manejo sustentável da fertilidade do solo e nutrição de plantas, como os remineralizadores de solo. Um estudo recente da Embrapa mostra que, em 2019, foram produzidas mais de 600 mil toneladas de remineralizadores e condicionadores de solo no País. Esses produtos são usados na rochagem, técnica antiga na agricultura brasileira, mas que tem ganhado destaque nos últimos anos. A atividade de remineralizadores de solos só foi regulamentada pelo Mapa em 2016. Foram regulamentados a produção, o registro e o comércio do remineralizadores, para que haja a garantia do padrão de qualidade e a segurança quando comercializados. Segundo a Embrapa, Minas Gerais e Goiás são os dois Estados brasileiros com o maior número de produtos registrados no Mapa.
Seguem ainda na lista Paraná, São Paulo e Bahia. Ao todo, no Brasil há 23 produtos regulamentados e apenas 12 estabelecimentos autorizados a produzir e vender. Para o Brasil, que é uma das maiores economias do mundo, os remineralizadores representam uma imensa oportunidade de crescimento em diversas áreas. Como alguns pós de rocha colaboram, de forma significativa, para o aumento da produtividade na lavoura, parte dos produtores tem dúvidas se esses produtos são semelhantes aos fertilizantes. A principal diferença dos fertilizantes químicos para os remineralizadores é a solubilidade. Os adubos químicos são sais solúveis e adubam a planta por tempo limitado, somente enquanto disponível no solo. Esses sais quando lixiviados causam contaminação dos efluentes e a intoxicação da água que gera impacto ambiental. A consequência do uso irracional dos adubos químicos e solúveis é a salinização do solo.
Já os remineralizadores e pós de rochas são o contrário dos fertilizantes químicos, pois são insolúveis, não salinizam e nem degradam o solo e meio ambiente. Os remineralizadores e pós de rochas vão disponibilizando a nutrição para as plantas de acordo com a demanda da cultura plantada. Remineralizadores derivados do Fino de Micaxisto (FMX), por exemplo, pode disponibilizar a nutrição para as plantas por até um ano, além de regenerar o solo, voltar o equilíbrio para o meio ambiente e condicionar o solo a melhorar a eficiência nutricional. É possível alinhar retorno econômico e sustentabilidade. O retorno financeiro e produtivo é visível. A partir do momento que é construída a fertilidade do solo, pois o uso de remineralizadores auxilia na construção de perfil do solo, os nutrientes ficam disponíveis durante toda a produção.