28/Jul/2021
De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) no Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal 2021, divulgado nesta terça-feira (27/07), a forte valorização do dólar ante o Real em 2020, o aumento de matérias-primas em dólar, bem como o incremento dos preços de outros insumos utilizados pela indústria de fertilizantes especiais elevaram os custos de produção do setor em 18,3%, em média, no ano passado.
Além disso, os preços do produto final subiram 13,2% na média de 2020. A entidade levantou junto a empresas associadas os aumentos dos custos dos diferentes segmentos. No de minerais líquidos, o incremento médio foi de 18%; minerais sólidos, 20%; orgânicos líquidos, 22%; orgânicos sólidos, 14%; organominerais líquidos, 16%; e organominerais sólidos, 20%. Com isso, o avanço médio do custo de produção de todos os segmentos foi de 18,3%.
O câmbio foi um fator importante no aumento dos custos. O setor ainda é dependente da importação de matérias-primas, inclusive de alguns produtos acabados. Então o câmbio teve impacto importante no custo de produção. De acordo com dados do Anuário, 15,3% do faturamento da indústria de fertilizantes especiais em 2020 veio de produtos importados embalados ou a granel. Entre as matérias-primas, 38,7% dos insumos usados para fertilizantes minerais são importados.
As demais matérias-primas são orgânicas e vêm, majoritariamente, de resíduos animais e vegetais. Outro fator de sustentação dos custos foi a demanda aquecida do setor agrícola por adubos especiais, estimulada pela valorização de commodities. Houve ainda avanço dos preços de embalagens utilizadas pelas empresas: o valor de big bags subiu 50% em 2020; caixas de papelão, 42%; embalagens plásticas, mais de 30%. Com isso, as empresas tiveram de elevar os preços de venda dos fertilizantes especiais.
Houve um repasse parcial do aumento dos custos para o preço de venda. No segmento de minerais líquidos, o reajuste médio foi de 12,4%; no de minerais sólidos, 14,6%; orgânicos líquidos, 13,2%; orgânicos sólidos, 9,3%; organominerais líquidos, 14,4%; e organominerais sólidos, 15,1%. Com isso, o aumento médio foi de 13,2%. Apesar do aumento dos custos e dos preços no ano passado, o setor de fertilizantes especiais dobrou de tamanho desde 2016. Naquele ano, o faturamento do setor foi de R$ 5,069 bilhões. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.