06/Jun/2022
A Jacto, fabricante brasileira de máquinas e equipamentos agrícolas, está trabalhando com prazos mais longos de entrega de seus produtos em virtude da crise no fornecimento de matéria-prima à indústria de máquinas. A fabricante prevê entregas de novos negócios firmados na Bahia Farm Show somente no início de 2023, em média entre janeiro e fevereiro. Pontualmente, há alguns modelos com disponibilidade a curto prazo, outros para novembro e dezembro, mas de pedidos já programados. Para negócios totalmente novos são prazos longos com previsibilidade de entrega somente para o primeiro semestre do ano que vem.
O prazo mais longo, muitas vezes, não atende à necessidade dos produtores que ainda desejam adquirir equipamentos para o plantio e/ou colheita da safra 2022/2023, plantada a partir de setembro. Isso não atende a expectativa do produtor, mas ele entende pois é um cenário que tem afetado a cadeia mundial de suprimentos e todas as empresas. É uma dificuldade adicional para atender à expectativa do produtor de 'timing' de ter seu produto no campo. A impossibilidade de realizar vendas para pronta entrega, contudo, não é uma realidade somente da Jacto. A situação ocorre com a maioria das fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas do País.
Hoje, a cadeia está desestruturada e não consegue atender incremento de demanda. Vários componentes da cadeia estão em desequilíbrio como partes hidráulicas, elétricas e tecnologia embarcada. Apesar da restrição de oferta, a Jacto espera movimentar maior volume de vendas na edição da Bahia Farm Show. O desempenho deve ser puxado pela ampliação do portfólio e pela presença da área de serviços da fabricante, a Jacto Next de agricultura 4.0, pela primeira vez na feira. O mercado está muito puxador até pelo momento das tecnologias, auxiliando na redução de custos, e do apetite do produtor. Por outro lado, há dificuldade de cumprir com os compromissos pela conjuntura da cadeia de desabastecimento.
A maior demanda de produtores na feira está sendo observada para pulverizadoras, adubadoras e colheitadeiras de grande porte. Outra área que chama a atenção dos produtores são as tecnologias digitais que permitem a conexão com os equipamentos, gestão refinada e maior controle da operação agrícola. O elevado custo de produção não inibe o investimento do produtor em máquinas e equipamentos e nem o incremento do preço destes porque as novas tecnologias de máquinas permitem redução no custo total de produção. Há adubadoras que permitem redução de até 15% no uso de fertilizantes e pulverizadoras bico a bico que permitem até 10% de redução de defensivos agrícolas.
Em meio aos preços elevados dos insumos, se torna uma ferramenta muito importante. Para o ano de 2022, a Jacto prevê acompanhar o crescimento de vendas do mercado em geral de 5% a 10%, mas em percentuais não divulgados. A grande dificuldade, de fato, tem sido cumprir os compromissos. São impactos que têm tido efeitos de médio e longo prazo. Do lado da demanda, os preços das commodities estão muito favoráveis e o mercado quer renovação de frota e tecnologias. A barreira é a crise no fornecimento de componentes. O mercado como um todo poderia ter desempenho ainda melhor se não fosse o desequilíbrio na cadeia de suprimentos e não há previsão para normalização do cenário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.