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22/Jul/2022

BOA SAFRA SEMENTES: avaliação do desempenho

O Itaú BBA rebaixou a recomendação de compra para as ações da Boa Safra Sementes, produtora de sementes de soja, para "desempenho de mercado", com preço-alvo estimado em R$ 12,00 por ação este ano. Para o banco, os catalisadores de crescimento da empresa são limitados no curto prazo e as barreiras de entrada no setor, que é de alta rentabilidade, são baixas, o que representa ameaça competitiva para a empresa. Os baixos níveis de liquidez da ação ADTV (volume médio de negociações diárias de R$ 6 milhões) também podem limitar o interesse dos investidores por enquanto. Os atuais níveis de avaliação das ações são considerados justos. No dia 19 de julho, as ações ordinárias da companhia se encerraram em R$ 10,67, o que significa que, ao definir preço-alvo de R$ 12,00 por ação, o Itaú BBA vê potencial de valorização de 13% nas ações da companhia neste ano.

Contudo, os planos de expansão da Boa Safra, são positivos. A empresa possui a meta de dobrar a capacidade de produção de sementes de 170 mil big bags em 2022 para 360 mil big bags por ano até 2026. A Boa Safra pode ser um player importante na potencial consolidação do altamente fragmentado mercado brasileiro de sementes. A companhia é líder nacional, com participação de 6% de mercado. Existe possibilidade de crescimento da empresa, mas não há catalisadores significativos no curto prazo, pois o mercado apenas gradualmente diminuirá o risco dos projetos de expansão da empresa. Além disso, os níveis de avaliação são relativamente justos. Entre outros fatores, o banco também cita que a rentabilidade da companhia pode ser afetada por uma possível mudança nos royalties da biotecnologia usada nas sementes pagos às indústrias e pelo aumento da concorrência no setor.

A indústria de produção de sementes não exige altos investimentos e tem apresentado altos retornos nos últimos anos, o que pode atrair outros players para o setor, como exemplificam as recentes movimentações da SLC e da AgroGalaxy. Para este ano, o Itaú BBA projeta que a Boa Safra vá apresentar sólido crescimento de receita, estimado em alta de 69% em relação ao ano passado, quando a empresa obteve receita líquida de R$ 1,044 bilhão. Sobre a rentabilidade da companhia, o banco projeta que a margem Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa permaneça sólida no ano, em 15,3%, acima dos 13,9% observados em 2021, mas abaixo do recorde de 17,9% de 2020. A empresa deve apresentar um forte desempenho, mas as margens devem voltar a um patamar mais sustentável agora que o cenário de oferta e demanda global de soja também parece estar se normalizando. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.