15/Ago/2022
Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a segunda queda do preço do diesel em menos de duas semanas, anunciada no dia 11 de agosto pela Petrobras, fez o combustível ficar mais perto da paridade internacional, política adotada pela estatal em 2016. Na sexta-feira (12/08), o preço interno estava 6% acima do internacional, depois de ter atingido uma diferença de 17% no dia 9 de agosto. Desde o dia 5 de agosto, o diesel recuou R$ 0,42 por litro nas refinarias da Petrobras. O preço da gasolina caiu R$ 0,35 por litro nos últimos 15 dias. Essa queda vinha sendo puxada pelo recuo do preço do petróleo nos últimos dias, quando passou a operar abaixo dos US$ 100,00 por barril. O dólar também vinha ajudando o preço dos derivados, com quedas expressivas que levaram a cotação para perto dos R$ 5,00.
Na sexta-feira (12/08), porém, tanto dólar quanto o petróleo operavam em alta no mercado brasileiro, indicando que ainda há grande volatilidade nos preços e que não existe uma mudança estrutural nos preços do setor, condição estipulada pela Petrobras para mudanças de preços quando o petróleo estava em alta. Analistas estranharam a queda do diesel feita pela Petrobras nos últimos dias, observando que a empresa terá dificuldade de elevar novamente o combustível se o mercado mudar de direção, por causa da proximidade das eleições. Três presidentes da companhia já foram demitidos por aumentar os combustíveis: Roberto Castello Branco, general Joaquim Silva e Luna e José Mauro Coelho. As recentes quedas foram realizadas na gestão do novo presidente da estatal, Caio Paes de Andrade, que terá que justificar a medida ao Conselho de Administração da companhia, segundo a nova diretriz divulgada pela Petrobras no final de julho.
Para a Federação Única dos Petroleiros (Fup), o governo tentará, até as eleições, anunciar seguidas reduções nos preços dos combustíveis, mas dificilmente conseguirá minimizar o impacto da alta acumulada desde o início do governo Bolsonaro. No caso do diesel, a alta acumulada desde 2019 é de 193,1% e da gasolina, de 169%. Na Bahia, onde funciona a única refinaria de grande porte privatizada do País, a Refinaria de Mataripe, a diferença de preço do diesel em relação ao mercado internacional está zerada e a gasolina é comercializada com preço 5% acima do Golfo do México, local que serve de referência para os importadores brasileiros. Ao contrário da Petrobras, a Refinaria de Mataripe promove reajustes semanais, deixando os preços mais próximos da realidade de mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.