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17/Ago/2022

Indústria química: Eastman espera crescer no País

A indústria química Eastman migrou dos filmes fotográficos para os plásticos e se voltou, desde 2014, para o agronegócio no Brasil. A empresa norte-americana, originária de um spin-off (separação) da Kodak, nos anos 1990, vê o segmento com enorme potencial no País e conta com a retomada da indústria para o avanço das suas operações locais. Anos após a separação, a consolidação de uma marca própria já não é vista mais como desafio. E há oportunidades para o grupo aproveitar a economia brasileira em seus mais diversos setores, se a conjuntura ajudar. O agronegócio representou, em 2021, 27,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Foi o maior percentual desde 2004. O crescimento afetou a forma que a Eastman vê os seus negócios. A empresa tem focado algumas das suas tecnologias e dos seus produtos no segmento, como defensivos agrícolas e nutrição animal. São duas áreas que têm crescido de maneira significativa no Brasil.

Mas, a empresa espera que uma possível retomada da indústria possa ajudar nos outros negócios no País, especialmente de plástico. A norte-americana é um gigante mundial da química. Fruto da escassez de filmes fotográficos na Primeira Guerra Mundial, a companhia fatura hoje US$ 10,5 bilhões (cerca de R$ 53 bilhões), com 14 mil funcionários e atuação em mais de 50 países. A empresa não detalha dados locais, mas a região da América Latina representa 6% do faturamento total. A prioridade nas vendas é o trabalho com plástico. A Eastman prioriza produtos químicos que exijam um investimento maior em matéria de desenvolvimento de tecnologia. Esses produtos normalmente têm margens de lucro maiores do que os commodities químicos. No Brasil, há uma demanda forte de commodities ainda, mas sempre existe interesse em fazer os investimentos.

As commodities químicas referidas são acetil, olefinas e alquilaminas, usadas na fabricação de produtos das indústrias de construção civil, saúde e bem-estar, energia, combustíveis e agricultura, além de serem utilizadas internamente por outros segmentos da própria Eastman. Alguns exemplos são solventes usados em embalagens e revestimentos, aditivos para defensivos agrícolas e nutrição animal, além de componentes aproveitados na fabricação de plásticos e borrachas sintéticas. Atualmente, a Eastman carrega heranças da Kodak, apesar de o spin-off ter sido feito em 1994. O relacionamento entre as empresas, porém, não existe. Além da cultura interna, a parte de plásticos e insulfilmes é relativamente um resquício do negócio que existia com a Kodak, por conta dos filmes para máquinas fotográficas. Mas, um relacionamento entre as duas empresas hoje realmente não existe. Ainda que haja esse legado, as aplicações dos filmes são totalmente diferentes. A produção atual da Eastman, para películas de carros e vidros em prédios, em nada lembra os filmes fotográficos.

O desafio naquele momento da separação foi exatamente como deixar de servir uma empresa que tinha um objetivo, tendo o grupo Kodak seu principal cliente, e abrir novas linhas. E a companhia se deu bem. Hoje, tem os quatro negócios que representam a realidade global da empresa baseados no Brasil também. Quando os segmentos se tornam diferentes após a separação, é mais proveitoso que não haja o endosso entre uma marca e outra. É muito comum casos como esse, desde que a extensão e o segmento mudem. Deve ser pensado se a mesma marca pode ser utilizada, se é vantajoso, ou se vale a pena o rebranding. A atuação da Eastman vai além da área comercial. A empresa tem uma planta em Mauá (SP) e atua com negócios que vão de aditivos e produtos funcionais, materiais avançados (no caso são insulfilmes) até químicos e intermediários de fibras. A sustentabilidade tem sido procurada para entrar na conta da produção. Em breve, a empresa deve ter novos lançamentos em fibras com esse atributo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.