06/Out/2022
Segundo o Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás Natural (IBP), ao mesmo tempo em que os preços do petróleo e derivados voltam a subir no mercado internacional, está sendo observada uma piora na oferta de diesel no mercado europeu. Isso aumentou a previsão de déficit do produto no mercado interno em outubro, o que deve absorver o estoque das distribuidoras. Na sétima edição do Monitoramento do Abastecimento, informação trimestral publicada pelo IBP, a estimativa de um déficit de apenas 32 milhões de litros feita no dia 6 de setembro pulou para um déficit de 115 milhões de litros na edição publicada na terça-feira (04/10). No boletim anterior (21/09), o déficit era de 99 milhões de litros.
Nota-se uma piora na oferta de diesel ao mercado europeu nas próximas semanas. Manutenção de refinarias e paradas inesperadas, como no caso de greve na França, reduziram a capacidade das refinarias no continente. Na França, a redução foi de 60%. Esses fatores somados às sanções à Rússia indicam que a oferta de combustíveis na Europa ainda precisa ser monitorada. A reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode decidir por um novo corte de produção, o que vai pressionar o preço do petróleo e derivados, que em setembro deram uma trégua ao mercado.
Ao mesmo tempo, os estoques de destilados nos Estados Unidos, incluindo o diesel, caíram 2,9 milhões de barris e operam 20% abaixo da média dos últimos cinco anos para o mesmo período. Assim, o cenário externo ainda requer um acompanhamento com atenção sobre a liquidez de diesel no mercado internacional para o abastecimento interno via importação. Sem dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que sofreu um ataque cibernético há dois meses, e continua com parte do sistema fora do ar, o IBP tem utilizado dados das distribuidoras associadas, que projetam uma demanda de diesel para este ano de 63.166 mil metros cúbicos, uma alta de 1,7% em relação a 2021.
Com a gradual substituição do diesel 500 pelo S10, menos poluente e o mais consumido no Brasil, a expectativa é de que haja crescimento de 13,6% na demanda pelo S10 em 2022, na comparação com o ano passado. O déficit projetado para outubro é atendido pelos níveis de estoques das distribuidoras. Assim, os agentes do setor seguem ofertando o produto necessário para abastecimento do País, apesar da instabilidade do mercado internacional. A entidade já afastou a possibilidade de falta de diesel no mercado brasileiro se mantidas as condições atuais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.