10/Fev/2023
A Valtra, fabricante de máquinas agrícolas do grupo AGCO, prevê vendas 5% maiores este ano no Brasil, acompanhando o desempenho do setor. "O ano passado já foi muito positivo e vemos um cenário semelhante neste ano. Estamos falando em crescer 5% sobre uma base alta de mercado", destaca o diretor de Vendas da Valtra, Alexandre Vinicius de Assis, em conversa durante o Show Rural Coopavel, feira agrícola realizada pela cooperativa em Cascavel (PR). O crescimento deve ser puxado pelo maior apetite de investimento dos produtores com a perspectiva de safra recorde de grãos 2022/2023. "Enxergamos ainda premissas bastante positivas, a começar pela produtividade. As estimativas ainda estão sendo revisadas, mas apontam para safra recorde.
A rentabilidade do produtor também continua positiva e ele está investindo em mais tecnologias", explicou Assis. Segundo ele, esse otimismo do produtor é observado ao longo da feira, que termina nesta sexta-feira (10/02) em Cascavel, e é o primeiro evento de expressão do ano no calendário agrícola. Na avaliação do executivo, mesmo com taxa de juros de dois dígitos, o atual cenário de produtividade elevada e rentabilidade positiva incentivam o produtor a manter investimentos na renovação de frota. "Os juros altos deixaram o produtor mais cauteloso, mas ele não está deixando de investir e, sim, procurando alternativas como linhas de financiamento atreladas à moeda estrangeira, consórcios", explicou Assis. A restrição dos recursos do Moderfrota, principal linha pública de financiamento de máquinas agrícolas, está sendo suprida por linhas de crédito próprias de instituições financeiras privadas e de bancos de fábricas, aponta o diretor de Vendas da Valtra.
"Anteriormente, o Moderfrota representava de 70% a 80% das vendas. A disponibilidade de recursos do Moderfrota ajuda a indústria de máquinas, mas a ausência do programa está sendo suportada com alternativas privadas. A reabertura recente da linha, com sobra de recursos remanescentes do ano passado, foi importante, mas são recursos insuficientes e que duraram apenas cerca de quatro a cinco dias", observou o executivo. Do lado da oferta, Assis cita que a situação da cadeia de abastecimento de matérias-primas da indústria de máquinas melhorou na comparação com o ano passado, mas ainda não está totalmente regularizada. "Produtos que demandam mais tecnologia ainda enfrentam um pouco de restrição. A cadeia produtiva está se equalizando", afirmou. Fonte: Broadcast Agro.