29/Mar/2023

A Boa Safra Sementes reforçou que o foco da companhia é aumentar sua participação no mercado de sementes. Em oito anos, a empresa saiu de um market share de 1,8% em 2014 para 7,4% em 2022. Em 2021, a empresa tinha uma participação de 6,1% no mercado de sementes. Há muitas oportunidades no mercado brasileiro. O mercado de sementes é muito mais consolidado no exterior do que no Brasil. O crescimento da receita líquida e os resultados do ano passado são explicados, em parte, pelo início das operações em novos centros de distribuição em diferentes Estados. Outros pontos destacados foram o aumento do volume vendido, do preço unitário dos big bags de sementes e a expansão da atuação nos Estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Maranhão. A Boa Safra deve produzir em 2023 pouco mais de 200 mil big bags (o equivalente a 5 milhões de sementes de soja). No ano passado, a Boa Safra vendeu 136 mil big bags, volume que representa aumento de 30,8% em comparação com as vendas no ano anterior, e tinha capacidade para produzir 170 mil big bags.

Se confirmado o valor de vendas projetado para este ano, ele deve ficar em linha com a nova capacidade produtiva da companhia em 2023, de 200 mil big bags, resultante da várias obras, como os Centros de Distribuição (CDs) de Sorriso (MT) e Balsas (MA) e uma Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS) em Jaborandi (BA), concluídos em 2022, além da UBS de Primavera do Leste (MT) e uma nova expansão da planta de Cabeceiras (GO), que devem ficar prontas em 2023. A companhia deve chegar a uma área plantada de sementes, cultivada por produtores parceiros da empresa, próxima de 144 mil hectares, ante 105 mil hectares cultivados em 2022. A empresa tem meta de crescimento bem alta para as vendas de sementes com tratamento industrial (TSI) em 2023. Em 2022, o volume de sementes tratadas vendido, 37,7 mil big bags, superou em 80% o de 2021; atualmente, 27,7% das sementes vendidas pela empresa têm TSI. As vendas de sementes com TSI têm crescido de 70% a 80% ao ano. O cenário econômico atual tem levado a Boa Safra a adotar mais cautela na aplicação de recursos, dado o custo do dinheiro, que está mais caro no Brasil e no mundo.

Apesar do momento considerado mais difícil, o setor financeiro tem buscado emprestar dinheiro a empresas com melhor gestão e a Boa Safra tem tido um acesso ao sistema financeiro. A empresa está conseguindo pegar linhas de longo prazo com taxas pré-fixadas abaixo do CDI (taxa influenciada pela Selic). Vai conseguir financiar o Capex (investimentos) e capital de giro (em 2023), continuando com estrutura de capital saudável. Há muito trabalho a ser feito pela companhia na gestão do capital de giro. É possível que várias rubricas do balanço se traduzam em caixa no fim do dia, como por exemplo, ações relacionadas a estoques, tributos e contas a receber. Mesmo no cenário mais adverso, a Boa Safra continua olhando várias oportunidades de aquisição que tenham sinergia com o negócio da empresa. A empresa está diversificando o portfólio e buscando outros parceiros para fazer parte da companhia, como a aquisição da Bestway Seeds no ano passado, pela qual a Boa Safra entrou no mercado de sementes de milho.

Os pedidos de sementes de soja da empresa no Maranhão mais que dobraram neste início de ano em comparação com o ano passado, impulsionados pela conclusão do Centro de Distribuição (CD) da companhia no município de Balsas. Nas regiões onde a empresa abriu Centros de Distribuição, as vendas têm disparado. O produtor sabe que não só está comprando uma semente de qualidade, mas que receberá ela com qualidade, uma referência à possibilidade de, nestas regiões, clientes retirarem no CD os volumes comprados um ou dois dias antes do plantio, e não uma semana antes, como ocorre em áreas sem um CD próximo, evitando perdas de qualidade. No ano passado, a Boa Safra concluiu as obras não só do CD de Balsas como também de Sorriso (MT). Também entregou uma nova Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS) em Jaborandi (BA). Em 2023, devem ser finalizadas a UBS de Primavera do Leste (MT) e nova expansão da planta de Cabeceiras (GO), para adicionar uma quarta linha de produção no local. As obras permitirão à companhia elevar sua capacidade produção de 170 mil para mais de 200 mil big bags. Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.