19/Abr/2023
O governo federal atendeu parcialmente a solicitação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e nomeou sete novos superintendentes regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O movimento, que promove invasões em propriedades rurais e sedes do Incra desde domingo (16/04), pede a substituição imediata de superintendentes do Incra nomeados durante o governo de Jair Bolsonaro e que o governo nomeie pessoas comprometidas com a reforma agrária. A insatisfação com a manutenção de algumas superintendências consta em nota pública na página oficial do MST e é reiterada nas declarações de seus líderes, que solicitam também ao governo a retomada da política de reforma agrária.
O governo nomeou Nelson José Grasselli para a Superintendência Regional do Rio Grande do Sul, Francisco Erivando Santos de Sousa para a Superintendência Regional do Ceará, Paulo Roberto da Silva para a Superintendência Regional de Mato Grosso do Sul, Elias D'Angelo Borges para a Superintendência Regional de Goiás, Nilton Bezerra Guedes para a Superintendência Regional do Paraná, Maria Lúcia de Pontes para a Superintendência do Rio de Janeiro, Edtânio Santos de Oliveira para a Superintendência Regional de Mato Grosso. As nomeações foram feitas no dia 17 de abril pelo presidente nacional do Incra, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, e publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (18/04).
Anteriormente aos atos desta semana, o Incra havia oficializado novos superintendentes para o Rio Grande do Norte, sendo Lucenilson Angelo de Oliveira, para o Acre, Márcio Rodrigo Alecio, para Santa Catarina, Dirceu Luiz Dresch, para o Distrito Federal, Cláudia Pereira Farinha, conforme publicado no DOU de sexta-feira (14/04). O MST reivindica também a exoneração do superintendente do Incra de Alagoas, César Lira, primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Incra de Minas Gerais, Batmaisterson Schmidt. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou condenar veemente qualquer ato que danifique processos produtivos, ao ser questionado sobre as invasões promovidas por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Integrantes do movimento invadiram, na segunda-feira (17/04), duas fazendas da empresa Suzano, em Aracruz, no Espírito Santo. As invasões aconteceram pouco mais de um mês após um acordo intermediado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para a desocupação de outras três áreas da Suzano, invadidas no sul da Bahia. Padilha negou, no entanto, que essas invasões interfiram na relação do governo com a bancada ruralista, expressiva no Congresso. Ele afirmou não sentir qualquer interferência das invasões no ambiente do Congresso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.