06/Nov/2023
Uma pesquisa sobre o perfil da armazenagem agrícola no Brasil realizada com produtores rurais demonstra que 61% dos agricultores não têm estruturas de armazenagem na propriedade. O estudo, conduzido pela Esalq-Log em parceria com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ouviu mais de 1 mil produtores de todo o País. Segundo a Esalq-Log, o alto custo de construção, a dificuldade de acesso ao crédito para construção, a falta de capital de giro para manter o negócio e outras prioridades de investimento na propriedade são as principais razões para os produtores não investirem em armazenagem. Os principais desafios dos produtores com infraestrutura própria, de acordo com a Esalq-Log, são a falta de pessoal qualificado, a gestão da qualidade e umidade, o manejo de pragas e problemas com energia elétrica.
É notável o aumento do uso de silo-bolsa no Brasil nos últimos anos. Segundo a pesquisa, 9,9% dos produtores utilizaram apenas o silo-bolsa, enquanto 9,2% utilizaram a estrutura como complemento de armazenagem. O estudo mostra que 41,2% dos produtores que possuem armazéns próprios guardaram mais de 75% da produção nos silos-bolsa. De acordo com os produtores, o silo é utilizado para evitar gargalos de transporte durante a colheita, como estratégia para obter melhores preços fora da época de colheita e dispor de um espaço para armazenar com vistas a evitar deixar os grãos a céu aberto. A Esalq-Log ainda diz que 25,9% dos produtores desconhecem linhas de crédito específicas para armazenagem. Por fim, a pesquisa mostra que as cooperativas são os maiores fornecedores de serviço de armazenagem para os produtores associados (47,1%) e empresas de armazenagem (33,4%). Segundo a Esalq-lOG, a distância média entre a fazenda e o armazém contratado no Brasil é de 35,1 km.
Dentre os resultados, destacam-se:
• 61% dos entrevistados declararam não ter estrutura de armazenagem na propriedade;
• 41,2% dos produtores que possuem armazéns próprios estocaram mais de 75% da produção na infraestrutura;
• 42,2% dos produtores armazenaram grãos entre 4 a 6 meses na própria infraestrutura;
• 24,2% dos produtores com infraestrutura de armazenagem declararam um ganho econômico entre 6% e 10% com o uso da armazenagem;
• 20,1% dos produtores que utilizaram armazenagem própria tiveram uma perda média (% por mês) de 0,11% a 0,25% do volume armazenado;
• 30,1% dos produtores com infraestrutura de armazenagem não têm interesse em expandir a capacidade estática, em contraste com os 69,9% que têm interesse, visando atender um crescimento da produção e terceiros.
Fonte: Esalq-Log. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.