23/Jan/2024
O primeiro projeto de geração de energia eólica ou solar da Petrobras em terra deve sair ainda este ano. A aprovação dos projetos passa por várias etapas da governança da Petrobras, mas a expectativa é que ainda em 2024 saiam do papel. Já as eólicas offshore da companhia aguardam a aprovação de uma lei própria, mas a expectativa é de que o primeiro leilão ocorra no segundo semestre deste ano. O que vai mais rápido, onde está o grosso do investimento do nosso PE (Plano Estratégico 2024-2028) é em solar e eólica onshore. Os projetos de parques eólicos e solares em terra vão absorver US$ 5,5 bilhões dos US$ 100 bilhões totais previstos para o quinquênio da empresa, enquanto outro projeto, de captura de carbono (CCUS) em reservatórios, deve ficar com cerca de US$ 300 milhões. O primeiro projeto piloto de captura de carbono já tem local e volume definidos.
Estrategicamente localizado próximo à Unidade de Tratamento de Gás Natural de Cabiúnas, o hub de CCUS será implantado em Barra do Furado, no Norte Fluminense, com capacidade para 100 mil toneladas de CO2 por ano. Somente em 2023, a Petrobras capturou 10 milhões de toneladas de CO2 nas operações do pré-sal. A estatal trabalha para o piloto do hub entrar em operação em 2027. O CO2 será escoado da unidade de processamento de gás de Cabiúnas para esse local, que tem o reservatório. A grande vantagem é que já tem um gasoduto que vai escoar esse CO2, mas um hub de uma capacidade maior vai ter que ter gasoduto específico. O projeto piloto será fundamental para avaliar a economicidade do empreendimento, que deverá atrair também outras empresas. Hoje, a injeção do CO2 no pré-sal se paga, porque ajuda a melhorar a extração do petróleo, mas para fazer para outras indústrias, eles vão ter que cobrir esse custo. Esse primeiro hub pode beneficiar as indústrias do Rio de Janeiro, mas se o projeto der certo, a ideia é irradiar para outros Estados do País.
Resolvendo essa questão técnica, abre um potencial para a gente realmente descarbonizar grande parte da indústria. A Europa já impõe taxas de acordo com a descarbonização de produtos importados. A viabilidade dos projetos de transição energética da Petrobras será detalhada no encontro com investidores que a estatal irá promover em Nova York no final de janeiro, conhecido como Deep Dive (mergulho profundo). O inédito evento promovido pela Petrobras com todas as áreas terá a função de mostrar para os acionistas que os projetos da transição vão respeitar a capacidade de financiamento da empresa. Tudo o que seja possível abrir para os investidores vai ser aberto. A ideia é mostrar, no que se refere à transição energética, que a Petrobras vai investir em projetos que deem retorno e respeitando a financiabilidade da empresa. Tudo vai ser feito com muita cautela. Será mostrado que isso é um potencial necessário para construir a Petrobras do futuro, mas não se está descuidando da Petrobras no presente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.