13/Mar/2024
Em meio à crise provocada pela quebra da safra do Brasil e ao achatamento das margens de lucro para os produtores, a Boa Safra tem registrado aumento nas vendas de sementes de valor agregado, o que, segundo a empresa, maior produtora de sementes de soja do Brasil, permitiu em 2023 o melhor desempenho financeiro de sua história. A empresa está vendendo mais sementes com pacote completo de tecnologia. No ano passado, a companhia registrou um lucro líquido ajustado de R$ 245 milhões, 45% acima de 2022. O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 258,7 milhões. Até 2018, muitas das sementes vendidas pela empresa eram brancas (sem tecnologia). Hoje, 97% dos produtos são entregues com biotecnologia, o que, além de entregar um pacote mais seguro para os produtores, aumenta as margens da companhia. A queda no preço da soja prejudicou o preço das sementes.
Se a empresa não fosse focada em tecnologia, teria um preço de venda menor do que em 2022, mas conseguiu R$ 500,00 a mais no preço médio de vendas porque entrega um pacote mais completo. A tendência é de crescimento da margem nos próximos anos, com diminuição da sazonalidade conquistada com o aumento de vendas no primeiro semestre. O bom desempenho tem levado a empresa a aprofundar sua estratégia de crescimento. A Boa Safra vai utilizar o momento favorável para fazer aquisições. Haverá muitas oportunidades nos próximos anos favorecidas pelo momento favorável da companhia. Hoje, de cada 8 hectares de soja plantados em Mato Grosso, 1 hectare é cultivado com sementes da Boa Safra. Em 2024, a empresa estará em 100% do Brasil. A expansão faz parte do plano estratégico da empresa de continuar na liderança do mercado de sementes de soja, investimento em tecnologia, diversificação de receitas e oportunidades de expansão.
Na diversificação, os lançamentos de novas culturas saltaram para 6% da produção da empresa. Em 2022, eram 2%. Ao fim deste ano, a Boa Safra espera produzir 240 mil bags de sementes de alta qualidade. A empresa continuará investindo em centros de distribuição, treinamento das equipes e pacote tecnológicos para oferecer ao produtor rural sementes de qualidade superior. Uma das vantagens da estratégia dos últimos anos foi a instalação dos centros de distribuição próximos aos polos produtivos, que permite a venda das sementes tratadas de forma mais ágil e viável. Sementes tratadas têm um ciclo de vida mais baixo que as brancas, por isso precisam estar próximas de áreas de plantio. Nessa linha, a empresa está avaliando quatro áreas para a instalação de uma unidade na Região Sul, onde tem sua menor participação de mercado. O momento é de planejamento. Todo o capex foi feito em regiões em que a empresa acreditava e onde hoje todas as plantas estão rodando. Na Região Sul, a opção foi ir com calma, pois a empresa não conhece bem o mercado.
Por isso, neste primeiro momento, a operação foi terceirizada. Hoje, a Boa Safra trabalha em parceria com cinco produtores de sementes locais, que produzem sob a marca e está indo com pouco mais de 15 cultivares. A intenção é ter certeza da melhor região para fazer esse investimento. A expectativa para a região em 2024 é de vendas de algo próximo a 13 mil bags de sementes de toda a capacidade de 240 mil bags da empresa. Nesta terça-feira (12/03), a Boa Safra tocou a máxima de R$ 16,65 e avançou 8,12%, ganhando tração após a companhia registrar alta anual de 62,74% no lucro líquido, que somou R$ 145,93 milhões no quarto trimestre de 2023. A XP afirma que a Boa Safra foi a exceção positiva entre os players agrícolas em 2023, apresentando resultados sólidos, embora abaixo do esperado, conseguindo entregar volumes 2,5% maiores do que a expectativa da corretora juntamente com preços mais altos, além de aumentar sua fatia de mercado (+110 pontos-base na comparação) e margens. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.