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18/Mar/2024

Grupo Vittia divulga resultado do 4º trimestre/2023

O Grupo Vittia, produtor de defensivos biológicos e inoculantes e nutrição especial de plantas, registrou lucro líquido de R$ 41,26 milhões no quarto trimestre de 2023, queda de 16,2% ante igual período do ano anterior, quando o lucro foi de R$ 49,26 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 49,94 milhões no 4tri23, queda de 16,6% ante o mesmo período de 2022 (R$ 59,91 milhões). A receita líquida foi de R$ 243,3 milhões no quarto trimestre de 2023, alta de 5,7% ante o quarto trimestre do ano anterior. O quarto trimestre foi desafiador para o agronegócio, principalmente em função do cenário climático desfavorável no início de plantio da safra verão (1ª safra 2023/2024), o que teve impactos diretos sobre a cadeia de insumos. O momento frustrou as expectativas da companhia de uma demanda aquecida que traria a recuperação dos indicadores de receita e rentabilidade do negócio no ano fiscal. Em 2023, a Vittia teve lucro líquido de R$ 97,30 milhões, queda de 34% ante o ano anterior. A receita líquida em 2023 recuou 11,2%, para R$ 756,11 milhões, enquanto o Ebitda ajustado foi de R$ 141,75 milhões, queda de 34,9%.

Os resultados negativos da companhia no quarto trimestre de 2023 são, em parte, explicados por investimentos programados que não encontraram correspondência no cenário de crise que se instalou no campo em virtude de problemas climáticos. Desafios retardaram o plantio da safra e causaram preocupação em todos os agentes do agronegócio. O produtor teve uma postura bastante cautelosa e reduziu investimentos. Além disso, as quedas acentuadas nas margens das commodities, especialmente soja e milho, também pesaram sobre o desempenho da empresa, fabricante de defensivos biológicos, inoculantes e de produtos para a nutrição especial de plantas, com foco principalmente nos grãos. O momento afetou estoques contratados e enviados em 2022, que tiveram problemas tanto na distribuição quanto nas propriedades rurais ao longo do ano. Isso inibe as receitas, pois elas dependem da intensidade do mercado. Esta não é a primeira e provavelmente não será a última quebra de safra e crises enfrentadas pelo setor, mas o agro é muito dinâmico, o que beneficia a área de atuação da empresa.

Observa-se incremento no uso de produtos biológicos. Já é mais que consagrado que esses produtos têm uma força muito grande de substituição de químicos, pois o controle é infinitamente maior. O trabalho de ‘catequização’ sobre a utilização dos biológicos vai ser continuado. É preciso provar para o produtor rural que essas tecnologias são mais eficientes. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, que cresceram 19,3% em 2023, saindo de R$ 24,3 milhões em 2022 para R$ 29,08 milhões no ano passado, continuarão de forma intensa. Para este ano, há uma incógnita sobre a produção total da safra de grãos do Brasil e a expectativa com o plantio nos Estados Unidos. Poderá haver queda de preço e de margem. O mercado está retraído em termos de demanda. Esse contexto vai afetar os preços dos biológicos e provavelmente se refletir em quedas nas margens da empresa. O Grupo Vittia, que encerrou o quarto trimestre de 2023 relatando prejuízo em todos os segmentos. A queda nos preços dos grãos justifica o mau desempenho no período e no ano como um todo.

As partes do negócio mais afetadas foram aquelas "comoditizadas" na linha de produção da Vittia. O grupo produz defensivos biológicos e inoculantes voltados, sobretudo, aos grãos. A empresa teve uma performance muito aquém nos produtos organominerais e industriais. O arrefecimento da demanda e dos preços das commodities fez com que o ano fosse de ajustes no planejamento traçado. A Vittia teve um desempenho muito semelhante ao do ano anterior, mas em termos de preços foi registrada uma queda de 11% no resultado consolidado. Nenhum segmento teve crescimento. A queda nos preços não teve correspondência no valor dos insumos de produção. A Vittia estava preparada para um ano de crescimento da demanda, que não se confirmou. Por isso, houve aumento considerável nas despesas, de 16,9%, saindo de R$ 70,27 milhões em 2022 para R$ 82,15 milhões no ano passado. O Citi espera que a Vittia faça esforços durante 2024 para aumentar seu faturamento em 16% ao ano, a partir de maior penetração e portfólio de produtos a preços mais baixos.

O banco tem recomendação de "compra" para os papéis da companhia, cujo preço-alvo é de R$ 14,00 por ação. Já era esperado que Vittia reportasse resultados fracos no 4º trimestre de 2023, uma vez que o cenário agrícola permaneceu difícil, com o clima adverso e o atraso dos pedidos dos produtores, em virtude do menor ritmo de plantio de soja. Durante o ano passado, um mercado menos aquecido do que o esperado pela empresa foi causado por um cenário climático desfavorável. O fenômeno El Niño levou a menores margens dos produtores e menor ritmo de plantio de soja, o que provocou impacto em todas as linhas de negócios do setor rural. É esperada uma alíquota de imposto mais elevada durante o ano, por causa do fim do benefício fiscal das subvenções ao investimento. A menor alavancagem deverá apoiar a estratégia de crescimento inorgânico da empresa ou acelerar o seu ritmo de recompra. No entanto, a principal dúvida para 2024 é como será a dinâmica do mercado de biológicos e se a empresa conseguirá ganhar market share e aumentar sua margem bruta, a partir de um maior mix de vendas de biológicos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.