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20/Mar/2024

Solinftec quer dobrar a frota de robôs mata-inseto

Depois de captar R$ 150 milhões em certificados de recebíveis do agronegócio (CRA), em novembro, a Solinftec, especializada em desenvolvimento de tecnologias com inteligência artificial (IA) e robótica para o agronegócio, quer colocar em campo, neste ano, mais 70 robôs mata-insetos autônomos nas lavouras do Brasil e dos Estados Unidos. Se alcançar a meta, a empresa de Araçatuba (SP) terá, ao todo, 130 máquinas em operação nos dois países. O objetivo é chegar a 80 unidades no Brasil. Atualmente, a empresa possui 40 unidades, especialmente em fazendas de grãos e cana-de-açúcar. Nos Estados Unidos, onde a frota de 20 máquinas da Solinftec está em plantações de grãos, a meta é fechar o ano com 50 robôs. Hoje, a empresa tem capacidade de produção de 150 máquinas por ano, nos dois países.

A atual fase é de ajustes para dar escala à produção, contando com parceiros locais para fabricação, montagem e distribuição. No máximo dois anos, será possível produzir mil robôs por ano. A estratégia comercial da Solinftec está sustentada basicamente na nova versão de um robô de R$ 350 mil, que agrega as funcionalidades de outras máquinas da marca em uma só. Batizado de Solix, o equipamento não é somente um mata-inseto gigante: ele faz um raio-x completo da lavoura antes de qualquer ação. Com placas fotovoltaicas acopladas em sua estrutura de 1,75 metro de altura, o combustível do Solix é o sol, dispensando, portanto, a necessidade de diesel. Além disso, ele pode “morar” no campo, sem a presença constante de um operador. Os comandos são enviados à distância para a máquina, que executa missões variadas, como análises agronômicas da plantação, por exemplo.

Se detectar uma planta daninha em estágio inicial, o robô faz imediatamente uma aplicação de produto químico, pois o estoque de calda fica armazenado em uma base, para onde o robô volta sempre que precisar reabastecer o tanque. Se um inseto adulto for identificado como ameaça, a máquina elimina a praga por eletrochoque, economizando, assim, aplicação de mais produto químico. O Solix consegue percorrer 20 hectares por dia, em média, enquanto um pulverizador convencional é capaz de fazer de 10 hectares a 15 hectares por hora. Mas, o Solix não gera amassamento de plantas e só faz aplicação localizada. Em cana-de-açúcar, a redução do volume de herbicida pós-emergência foi de 45%. Em grãos, o robô permitiu a redução de até 95% de herbicida e de 92% em operação de dessecação e pré-plantio.

O próximo passo da companhia brasileira, que está entre as mais cotadas para se tornar o primeiro “unicórnio” (empresa de base tecnológica avaliada em pelo menos US$ 1 bilhão) do agro nacional, é explorar a inteligência artificial generativa, conectar todas as informações coletadas diariamente pela frota de máquinas em campo e oferecer um banco de dados capaz de contribuir com o desenvolvimento de novas tecnologias e manejo para as lavouras. A empresa quer colocar mais inteligência na plataforma, mais sensores. Assim, será possível olhar qual o manejo ideal de forma muito ágil. A empresa espera fechar o ano com um crescimento de 20% em relação a 2023, quando teve receita de R$ 313 milhões. Ela está abrindo uma nova rodada para captar investimentos, o que deve inaugurar uma nova fase do negócio. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.