09/Apr/2024
O AgroGalaxy está buscando formas “alternativas” de se financiar, em meio à restrição de crédito bancário ao varejo, que persiste, e diante do aumento do risco de crédito no agronegócio. Depois de lançar um fundo de investimento de direitos creditórios (FIDC) de R$ 500 milhões com a TerraMagna no ano passado, a rede de distribuição de insumos está preparando uma nova estrutura de captação de recursos nos mesmos moldes e com planos de levantar montante parecido. A companhia já está trabalhando com outro parceiro para estruturar o novo formato de captação, e ele adianta que gostou do formato do primeiro FIDC feito com a TerraMagna por envolver uma solução tecnológica. A diferença deve ser na composição do lastro. Um novo fundo faz parte de uma estratégia para driblar dificuldades do mercado. O varejo vem desde o ano passado com restrição dos bancos após o evento das Lojas Americanas.
O ano de 2023 foi de ajuste no agro, então os bancos também têm olhado com mais cautela e têm sido mais precavidos. É o contexto das revendas, não do AgroGalaxy. O fortalecimento do caixa garante à companhia uma posição competitiva, inclusive em relação a competidores. O dinheiro poderá ser usado para comprar insumos à vista, negociando melhores condições com o fornecedor. Mas, a prioridade é o caixa. Em 2023, a companhia consumiu R$ 339,6 milhões em caixa e equivalentes e encerrou o ano com R$ 738,3 milhões em caixa. A dívida a vencer neste ano era de R$ 286,6 milhões, e parte a companhia está renegociando. O trabalho negocial ocorre nas duas pontas. Depois de ter conseguido dispensa do cumprimento de indicadores com titulares de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e bancos, o AgroGalaxy se senta agora na mesa com seus clientes, os produtores rurais, parte deles com dificuldade de honrar compromissos.
A estratégia nas conversas varia conforme cada caso. Em casos mais difíceis, a varejista soluciona com a postergação de pagamento por até uma safra. Apesar das dificuldades no campo, o AgroGalaxy não espera um aumento da inadimplência entre seus clientes neste ano, após um aumento de 1% em 2023. As estruturas dos FIDC já consideram a “inteligência de crédito” da companhia. Em paralelo, o AgroGalaxy vem conversando com os acionistas minoritários para que eles acompanhem o aumento de capital de R$ 150 milhões da controladora, o fundo Aqua Capital, o que deve injetar mais recursos na companhia. A expectativa é que as conversas com os acionistas sejam concluídas neste semestre. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.