17/Apr/2024
Segundo o relatório de acompanhamento conjuntural (RAC) feito pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), entidade que representa o setor, o Consumo Aparente Nacional (CAN) de produtos químicos de uso industrial ficou estável nos dois primeiros meses de 2024, com pequeno avanço de 0,02% ante igual período de 2023. No primeiro bimestre, os indicadores de produção e vendas também ficaram estáveis, com variações positivas de, respectivamente, 0,04% e 0,24% na comparação com igual intervalo de 2023. Assim como não houve fortes variações nos indicadores de consumo, produção e vendas, o mesmo pode-se dizer para o nível de utilização de capacidade instalada do setor, que permanece em níveis considerados preocupantes.
A indústria química brasileira atingiu 64% de nível de utilização de capacidade instalada no acumulado dos dois primeiros meses de 2024, recuo de 2% na comparação com o registrado no mesmo período de 2023. O resultado para o indicador está próximo da média apurada em 2023, considerado o pior ano da série histórica, calculada desde 1990. Consequentemente, o nível de ociosidade, de 36%, também é o pior patamar dos últimos 30 anos. Os grupos de produtos químicos que registram a mais intensa ociosidade. São eles: intermediários para fertilizantes (39%), intermediários para plásticos (40%), intermediários para fibras sintéticas (79%) e intermediários para plastificantes (60%).
A manutenção das operações em níveis baixos provoca riscos, principalmente de perda de produtividade e de eficiência. O problema intensifica o desestímulo à continuidade da produção. Infelizmente, algumas empresas paralisaram atividade para manutenções preventivas e outras já falam em hibernar plantas, tornando o risco uma realidade. Em volume, as importações de produtos químicos cresceram 6,3% no primeiro bimestre de 2024 ante o mesmo período do ano anterior. Em igual intervalo de comparação, as exportações recuaram 1,04%. O cenário confirma a dificuldade do setor em não conseguir competir com a agressividade do produto importado, além de ter desafios para vender os materiais no mercado externo.
A dinâmica na indústria química brasileira pode melhorar desde que o País comece a aproveitar suas vantagens competitivas. São elas o aumento na disponibilidade de gás natural, que pode acontecer a partir de mudanças na exploração do pré-sal, e a valorização da matriz energética do setor, considerada mais limpa na comparação com outros países. Em meio a falta de sinais de melhora para o setor, os produtos químicos de uso industrial registraram deflação de 0,44% no primeiro bimestre deste ano, de acordo com o Índice Geral de Preços, IGP-Abiquim-FIPE. A queda nos preços reflete a tendência observada no mercado internacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.