19/Apr/2024
A Petrobras informou que a sua diretoria executiva aprovou, na quarta-feira (17/04), por unanimidade, as medidas iniciais para a revitalização e futura retomada das operações da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (ANSA), também conhecida como Fafen-PR, subsidiária integral da companhia. A planta, localizada no Paraná e que está hibernada desde 2020, possui capacidade de produção de 720 mil toneladas por ano de ureia e 475 mil toneladas por ano de amônia, além de 450 mil m³/ano do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32). Diante da revisão das diretrizes estratégicas da companhia aprovadas no ano passado, o investimento na produção de fertilizantes voltou a fazer parte do portfólio da Petrobras.
Nesta primeira fase de reentrada no setor, a estratégia tem sido reconfigurar e consolidar operações viáveis em ativos que já pertencem à companhia. Em relação à ANSA, a diretoria executiva da Petrobras aprovou a negociação com ex-empregados, e junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), dos termos da contratação; e o início dos trâmites para contratação de serviços de manutenção e materiais críticos relativos à retomada da planta industrial. Tanto os acordos trabalhistas quanto a realização das licitações e contratações ficaram condicionados a uma nova deliberação da diretoria executiva, quando os procedimentos estiverem bem definidos.
Além disso, a diretoria recomendou que a ANSA realize trabalhos de campo, buscando a otimização do escopo da parada programada e avaliação da integridade dos equipamentos. A partir da próxima semana, várias áreas técnicas e administrativas da Petrobras continuarão trabalhando em análises, consultas e recomendações internas com vistas a prover todas as condições para as próximas deliberações a respeito da retomada das operações da ANSA. A Diretoria de Processos Industriais também já iniciou os estudos para reativar a unidade de produção de ARLA 32 e o trading de fertilizantes nitrogenados, ureia pecuária e industrial, com vistas a voltar ao mercado e se antecipar ao início da produção.
Segundo a Federação Única dos Petroleiros (Fup), a "hibernação" da Araucária Nitrogenados (Ansa) pela Petrobras, no Paraná, também conhecida por Fafen-PR, fez com que o Brasil deixasse de produzir por dia 2 mil toneladas de ureia e 1.300 toneladas de amônia, utilizados na fabricação de fertilizantes. A Fafen-PR era responsável pela produção de 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia e de 65% do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), aditivo para veículos de grande porte que atua na redução de emissões atmosféricas. A reabertura da Fafen-PR, a retomada das Fafens Bahia e Sergipe e a conclusão das obras da Fafen-MS podem reduzir para 35% as importações de fertilizantes no Brasil.
A decisão da Petrobras de aprovar o início da reativação da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná, é importante marco para a volta da empresa ao setor e vai ao encontro da luta da categoria petroleira e petroquímica em defesa da reabertura. A Fup continuará acompanhando o processo para a reabertura integral da fábrica no Paraná o mais rápido possível, e vai participar das negociações para a recontratação dos empregados demitidos. Com a paralisação da Fafen-PR, cerca de 1.000 empregados perderam seus postos de trabalho, sendo 400 empregados diretos e 600 indiretos.
O processo de retomada das operações da planta industrial exige a recontratação dos empregados demitidos, mão de obra especializada, necessária para acompanhar as intervenções prévias para o início de obras, como editais e minutas de contratos de serviços de fornecimento e manutenção de materiais. Audiências no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para tratar dos termos da contratação dos trabalhadores da Fafen-PR estão em curso. Na próxima semana será concluída uma proposta de acordo em relação aos salários e direitos dos trabalhadores, para que sejam contratados e recontratados em tempo hábil e as atividades dessas pessoas importantes para a adequação da Fafen-PR sejam iniciadas antes do limite de tempo por conta das eleições de 2024, conforme determina a lei. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.