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24/Apr/2024

Logística: avanço do transporte hidroviário de grãos

De acordo com o Anuário Agrologístico 2024, publicação inédita lançada nesta terça-feira (23/04) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a maior participação dos portos do Arco Norte como canal de escoamento dos grãos no País contribui para o aumento na movimentação de grãos pelo modal hidroviário. O volume de soja e milho transportado pelo modal hidroviário no País saltou de 3,4 milhões de toneladas em 2010 para 30 milhões de toneladas no ano passado, um crescimento de 782,35%. Em termos percentuais, este modal, que representava 8% em 2010, atingiu 19% em 2023. Os embarques de milho e soja pelos portos da Região Norte já representam cerca de um terço do volume exportado pelo País. Esse resultado é obtido a partir do desenvolvimento do setor, impulsionado pela Lei dos Portos de 2013.

O estudo da Conab cita dados da empresa pública federal Infra S.A., os quais mostram que os pedidos para autorização de instalações portuárias privadas após a promulgação da Lei dos Portos saltou de 3 em 2013 para 75 em 2014. A partir de 2015, essas solicitações por ano aumentaram em cerca de 4 vezes se comparadas com o período anterior da nova legislação. Atualmente, o País tem 253 Terminais de Uso Privado (TUPs) e 247 Terminais Públicos. O modal hidroviário tem custo mais baixo ao possibilitar o transporte de grande volume de grãos em uma única viagem, o que reduz a quantidade de caminhões a serem contratados pelo produtor. Há um crescimento de logística nos rios da Amazônia que implica uma redução de custo, uma melhoria de receita ao produto e, sobretudo, redução no tempo de caminhão na estrada, com isso, menos produção de gases que possam afetar o meio ambiente.

Diante do crescimento da safra brasileira, a maior integração entre os modais tende a tornar os grãos produzidos pelos agricultores brasileiros mais competitivos no mercado internacional. No modal hidroviário, apesar do aumento na participação no transporte de grãos, ainda é preciso superar desafios. É necessário gerar investimentos que visam a melhoria do desempenho das vias economicamente navegáveis, bem como na construção de terminais de transbordo, de forma a impulsionar a intermodalidade no País. Também é preciso estimular a aplicação de recursos a fim de ampliar a utilização das ferrovias no País. Além das construções das linhas férreas, é fundamental ter pontos em que seja possível fazer a baldeação do produto entre um modal e outro.

A ferrovia Norte-Sul, por exemplo, amplia as escolhas do produtor ao abrir um novo corredor logístico e traz competitividade no momento de exportar seus produtos, seja pelo litoral da Região Sudeste ou pela Região Norte do País. No entanto, ampliar o uso de novos modais não significa extinguir o uso de caminhões. A integração traz uma nova abordagem para o uso das rodovias. Em vez de um caminhoneiro fazer uma viagem de 3 mil quilômetros ou mais, ele tende a fazer vários trajetos curtos. Essa nova abordagem traz não só mais economia e facilidade para se manter a qualidade das vias rodoviárias, como também desgasta menos o caminhão e oferece melhor qualidade de vida aos trabalhadores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.