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03/May/2024

Fertilizantes: crise no Oriente Médio é preocupação

A escalada dos conflitos no Oriente Médio e a guerra entre Rússia e Ucrânia são pontos de atenção e podem prejudicar o fornecimento de fertilizantes ao Brasil. Há dois anos, o início da guerra entre Rússia e Ucrânia foi um choque, uma incerteza muito grande, mas o mundo aprendeu a conviver com isso. Em nenhum momento o abastecimento de fertilizantes foi impactado, mas observa-se o acirramento dos conflitos. De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o Brasil importou 45,825 milhões de toneladas, aumento de 11,6% ante 2022. A Mosaic é líder no segmento por aqui e maior player combinado de fósforo e potássio no mundo, com uma fatia de mercado de 24%. Devido à dificuldade em produzir fertilizantes internamente e os possíveis riscos ao abastecimento, não é aconselhável o atual comportamento do agricultor de adquirir os insumos mais próximos à aplicação. O atraso na aquisição observado pela Mosaic está entre 5% e 10% no Brasil.

A reflexão sobre a decisão de compra é sempre soberana do agricultor, mas dentro desse contexto, há um espaço importante para que ele possa controlar os riscos inerentes à sua cadeia. A aquisição antecipada também poderia prevenir outros problemas, envolvendo gargalos logísticos e atrasos na entrega. Apesar do cenário adverso e de risco, o setor de fertilizantes cresceu 11% no País em 2023, com preços voltando a patamares mais normais desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Ainda assim, o momento é de uma relação de troca mais depreciada, com a queda do preço dos grãos. Um cenário de normalidade está voltando. As margens estão mais apertadas, então obviamente o produtor precisa se acostumar porque talvez esse seja o novo normal. Ainda assim, a expectativa de crescimento do setor é de 3% em 2024, sustentado por cadeias que vivem momentos de preços mais altos, como citros, cana-de-açúcar, café e algodão.

Uma das grandes apostas da Mosaic atualmente é o mercado de bioinsumos. Este ano, a empresa inaugurou no Brasil a Mosaic Biosciences, com foco em bioinsumos. A empresa aguarda a discussão envolvendo o marco regulatório de bioinsumos no Congresso. Esse é um tema que deve ser acompanhado para entender como enquadrar os da Mosaic produtos no Brasil. A empresa vê grande potencial para a fabricação de tais produtos no País, diferente dos insumos tradicionais, devido à biodiversidade local. A Mosaic ainda deve começar a entregar 80 mil toneladas de fertilizantes da sua nova unidade de mistura em Palmeirante (Tocantins) ainda esse ano. A expectativa é de que a misturadora, fruto de um investimento de R$ 300 milhões, ofereça um milhão de toneladas de produtos até 2026. A unidade é a décima segunda da empresa no País e tem o objetivo de atender ao mercado do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.