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15/Jul/2024

Embalagens: Smurfit Westrock mira oportunidades

A Smurfit Westrock, maior empresa de embalagens de papel do mundo originada da fusão da irlandesa Smurfit Kappa e da norte-americana Westrock, está atenta às oportunidades de aquisições tanto no Brasil quanto na América Latina. A gigante nasce com a bússola apontada para o avanço na geração de valor, melhora na experiência dos clientes e sofisticação da nova cadeia logística. Tanto da antiga Smurfit Kappa quanto da WestRock, cresceram por meio de aquisições. A ideia é aproveitar as boas oportunidades sempre. A Smurfit Westrock possui 28 projetos prioritários internos relacionados ao processo de integração da nova empresa. Parte das metas, por exemplo, estão voltadas para a melhor exploração das sinergias e da experiência dos clientes. No Brasil, a antiga Smurfit Kappa foi a sétima maior produtora de papelão ondulado e era reconhecida por ser uma importante fabricante de embalagens a partir de fibras recicladas. A Westrock, por sua vez, consome um maior volume de fibras virgens na composição de seus produtos e possui um forte portfólio voltado para o mercado premium.

A norte-americana também era a vice-líder nacional em expedições e detinha uma importante produção de papel kraft na planta de Três Barras (SC). Agora unificada, a Smurfit Westrock deve trabalhar para reunir os pontos fortes das duas antigas empresas em busca de otimizar a produção e a logística. A nova companhia deve deter 15% da participação no mercado brasileiro de papelão ondulado, atrás da brasileira Klabin, que detém em torno de 22% e deverá subir para 24% após a inauguração da sua nova fábrica em Piracicaba (SP). No mercado local a empresa passa a deter 10 unidades de conversão de papel para papelão, além de contar com seis máquinas de papel (4 máquinas para papel reciclado e 2 de papel kraft), além de 55 mil hectares de florestas plantadas e mais de 5 mil funcionários. A nova empresa também possui olhos atentos para o mercado latino-americano. A depender da evolução na demanda e o crescimento de longo prazo da região, a gigante global estuda aumentar a exposição na América Latina e tem como preferência geografias onde a nova companhia não ocupa a liderança ou a vice-liderança.

A empresa pode ter uma abrangência geográfica maior do que a que tem hoje e acredita na capacidade de reforçar parcerias em regiões onde tem potencial para crescimento. Além de segunda maior em participação no mercado brasileiro, a Smurfit Westrock nasce entre as maiores em outros países latino-americanos como Argentina, Colômbia e México. No mundo, a empresa tem 100 mil funcionários trabalhando em operações distribuídas em 40 países. São 63 fábricas de papel e mais de 500 operações de conversão. Em capacidade, a gigante mundial produz anualmente 20 milhões de toneladas de embalagens e 24 milhões de toneladas de papel, consumindo ainda cerca de 15 milhões de toneladas de fibras recicladas. A combinação entre as duas empresas acompanha uma tendência mundial de consolidação entre as produtoras de embalagens de papel. Outro exemplo recente em âmbito global de integração foi a compra recente da norte-americana International Paper (IP) pela britânica DS Smith, com previsão para conclusão da fusão até o final do ano.

A Suzano também fez uma proposta informal de aquisição da International Paper, mas as negociações não avançaram. No Brasil, as seis maiores produtoras de embalagens em papel concentram um valor próximo de 50% de participação de mercado. O restante da fatia é dividido por outras 75 empresas de menor porte. Em 2020, a Klabin adquiriu operações brasileiras de embalagens do grupo International Paper por R$ 330 milhões. A líder brasileira no setor também comprou em 2016 a Embalplan (PR) e a Hevi Embalagens (AM). Entre os desafios para a consolidação do setor no Brasil está o fato de que o controle nessas empresas de porte intermediário ou pequeno é feito por grupos familiares, o que gera resistência para a integração entre as companhias, visto que em muitos casos essas famílias avaliam seus ativos de forma divergente ao que seria a precificação tradicional do mercado. A consolidação do setor traz oportunidades para uma maior racionalidade na formação de preços das embalagens, fator capaz de impulsionar a rentabilidade das produtoras locais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.