07/Aug/2024
A Bayer, fabricante alemã de produtos farmacêuticos e agroquímicos, registrou prejuízo líquido de 34 milhões de euros (US$ 37,2 milhões) no segundo trimestre deste ano, informou a companhia na manhã desta terça-feira. O resultado representa recuo ante o prejuízo em igual intervalo em 2023, de 1,887 bilhão de euros. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado recuou 16,5%, de 2,527 bilhões de euros no segundo trimestre do ano passado, para 2,111 bilhões de euros no segundo trimestre deste ano. Já as vendas da companhia subiram 0,9%, a 11,14 bilhões de euros, ante 11,04 bilhões de euros no trimestre equivalente do ano anterior. Analistas consultados pela Vara Research esperavam que a receita com vendas fosse menor, a 10,82 bilhões de euros. O Ebitda ajustado também superou a expectativa, de 2 bilhões de euros.
Contudo, o prejuízo líquido no trimestre ficou aquém das projeções, que indicavam lucro líquido de 70 milhões de euros. A empresa destacou que teve "desempenho modesto em ambiente desafiador no mercado agrícola". O Ebitda antes de itens especiais da divisão Crop Science diminuiu 27,7%, para 524 milhões no segundo trimestre de 2024, principalmente por causa de um mix de produtos desfavorável e de uma redução nas alocações para provisões do programa de incentivo de curto prazo em todo o grupo no trimestre do ano anterior. Em contrapartida, houve um efeito cambial positivo de 49 milhões de euros. Já a margem Ebitda antes de itens especiais caiu 4,2%, para 10,5%. Segundo a companhia, a divisão Crop Science teve aumento nas vendas de 1,1%, ajustado para câmbio e portfólio, para 4,981 milhões de euros no trimestre.
Por região, as vendas da divisão agrícola recuaram na América Latina no trimestre, passando de 1,027 bilhão de euros no segundo trimestre do ano passado para 914 milhões de euros no trimestre equivalente deste ano. Houve recuo, ainda, na região Ásia-Pacífico, que somou vendas de 611 milhões de euros (ante 651 milhões de euros). A América do Norte registrou o maior valor de vendas no trimestre, com 2,360 bilhões de euros (ante 2,273 bilhões), enquanto Europa, Oriente Médio e África tiveram alta de 973 milhões de euros para 1,096 bilhão de euros. O crescimento na divisão foi impulsionado pelas vendas de herbicidas à base de glifosato, com desempenho forte na América do Norte, disse a Bayer. Além disso, a empresa reportou que as vendas recuaram no segmento de sementes e variedades de milho, com menores volumes na América Latina e América do Norte, em meio a uma redução nas áreas plantadas.
Já as vendas de sementes e cultivares de soja subiram dois dígitos. O negócio de fungicidas teve uma queda acentuada, principalmente por causa de menores volumes e preços na América do Norte e América Latina. Na divisão farmacêutica, o grupo obteve aumento de 4,5% (ajustado) nas vendas de produtos farmacêuticos, a 4,605 bilhões de euros, impulsionado pelas vendas do novo medicamento contra o câncer Nubeqa e do tratamento para doenças renais Kerendia, que compensaram a receita menor do medicamento anticoagulante Xarelto. Já a divisão de saúde do consumidor da Bayer retornou ao crescimento de vendas no trimestre, com alta de 5,3%, a 1,458 bilhão de euros. A Bayer vem tentando consertar seu pipeline farmacêutico e cortar dívidas como parte do plano do CEO Bill Anderson para reconquistar a confiança dos investidores.
A empresa planeja dois novos lançamentos de medicamentos no início do ano que vem, enquanto enfrenta a concorrência genérica do Xarelto e seu tratamento ocular Eylea, do qual detém direitos exclusivos fora dos Estados Unidos. A companhia fez progressos nos esforços de recuperação, e seu plano de entregar economias anuais de 2 bilhões de euros até 2026 está no caminho certo, disse Anderson. A Bayer cortou 3,2 mil empregos, a maioria no nível de gerência, desde o início do ano. Para o acumulado do ano fiscal de 2024, a Bayer confirmou o guidance divulgado anteriormente. “Para a divisão de Crop Science, esperamos que o crescimento das vendas ajustado por câmbio e portfólio e a margem Ebitda antes de itens especiais fiquem no limite inferior das faixas projetadas”. No entanto, para a divisão de Farmacêuticos, agora antecipamos um crescimento das vendas ajustado por câmbio e portfólio entre 0% e 3% (ante -4% e 0% anteriormente)”, afirmou a empresa. Fonte: Broadcast Agro.