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12/Aug/2024

Máquinas: parceria Bradesco e Banco John Deere

O Bradesco e a John Deere devem expandir as atividades do Banco John Deere, em que passarão a ser sócios após a conclusão de uma operação anunciada na sexta-feira (09/08). Além do financiamento de máquinas e implementos que a instituição faz atualmente, outras linhas de crédito podem entrar na prateleira no futuro, dando ao Bradesco um reforço importante junto ao setor agrícola. O Banco John Deere tem maior foco no financiamento do maquinário agrícola e, ao longo desta parceria, a ideia é expandir as atividades, buscando financiar outras demandas do cliente, seja para custeio ou outras atividades. O Banco John Deere tem lógica de funcionamento similar à dos demais bancos de montadora, financiando a compra de máquinas, equipamentos e peças da John Deere.

Ao tornar-se sócio, o Bradesco ganha espaço em um canal importante: a rede de concessionárias e revendas da John Deere, pela qual transitam produtores rurais, muitos deles clientes de outros bancos. O Bradesco acredita que há oportunidades de fortalecer seu posicionamento em diversos tipos de canais de atuação. O Bradesco tem cerca de R$ 120 bilhões em operações de crédito para o agro, seja em linhas de financiamento à produção ou em outros créditos concedidos para esse público. O banco é líder em crédito rural entre os bancos privados do País, e no ranking geral, fica atrás somente do Banco do Brasil. Uma das possibilidades é que outras empresas do conglomerado Bradesco utilizem o John Deere como um canal para chegar ao público do agro. O Grupo segurador (Bradesco Seguros) pode complementar bastante a oferta de serviços e produtos.

Há vários produtos que não são exclusivos do Bradesco, e que podem ser ofertados no Banco John Deere. A operação não teve o valor revelado. O Bradesco fará um aporte de recursos na sociedade, e terá metade do capital, além de três posições no conselho de administração. O cenário para o agronegócio é positivo no longo prazo. Neste ano, o setor ainda vive uma acomodação de margens após o crescimento observado durante a pandemia de Covid-19 e no ano seguinte a ela, mas a demanda por crédito continua forte e a produção do setor deve crescer. A demanda por crédito continua, o setor vai ampliar a produção agrícola, a demanda por alimentos no mundo continua crescente e o Bradesco vai continuar financiando essa expansão. O Bradesco utiliza três fontes para financiar o crédito para o agro: os recursos direcionados de depósitos à vista; os recursos equalizáveis, provenientes do Plano Safra; e captações de mercado, como as letras de crédito agrícola (LCAs).

O estoque do produto no banco é de cerca de R$ 45 bilhões, segundo o diretor. As mudanças feitas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no começo do ano ampliaram de três para nove meses o prazo mínimo de vencimento das LCAs, o que afastou o pequeno investidor do título, que é isento de imposto de renda. A tendência é que a captação seja para perfis de mais alta renda, mas existe demanda. O baco está se organizando para pelo menos manter o estoque. A participação dos instrumentos de mercado no financiamento ao agro deve crescer nos próximos anos, dado que os recursos direcionados e os equalizáveis não acompanham os saltos que o setor tem dado. Hoje, menos de 30% do financiamento ao agro é feita pelos recursos direcionados. Com certeza, as fontes livres vão ser cada vez mais representativas ao longo dos próximos anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.