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15/Aug/2024

Bioinsumos: Vittia divulga resultado do 2º trimestre

A fabricante de insumos e defensivos biológicos Vittia reportou prejuízo líquido de R$ 17,7 milhões no segundo trimestre de 2024, aumento de 21,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia ficou negativo em R$ 18,1 milhões, contrastando com o resultado negativo de R$ 18,6 milhões registrado no segundo trimestre de 2023. Apesar do prejuízo, a receita líquida da Vittia cresceu 37,3% no período, passando de R$ 72,8 milhões no segundo trimestre de 2023 para R$ 99,9 milhões no mesmo período de 2024. O segundo trimestre é tradicionalmente marcado pela entressafra, o que afeta os resultados. É o trimestre com a menor representatividade do ano e, devido ao baixo nível de receita, é esperado naturalmente um prejuízo. Isso se deve ao fato de que a empresa mantém uma estrutura fixa ao longo do ano, que não é compensada pela receita reduzida deste período.

A empresa saiu fortalecida do cenário de ajuste global vivido pelo mercado de insumos em 2023 e está bem-posicionada para continuar capturando o crescimento do segmento. O produtor voltou a olhar atentamente para a rentabilidade e com isso já se observa importante melhoria no mercado. A Vittia espera maior estabilidade para o setor agrícola neste ano, após os desafios enfrentados no ano passado, com clima mais irregular e a queda dos preços das commodities. A empresa acredita que os ajustes necessários já aconteceram. O impacto da queda nos preços das commodities como soja e milho e a necessidade de ajuste na estrutura de custos dos agricultores foram fatores cruciais que influenciaram a demanda. Embora 2024 ainda apresente desafios, é esperada uma estabilidade maior. A recente desvalorização do Real frente ao dólar está incentivando os produtores a retomarem as negociações de insumos, apesar de um atraso inicial nas compras.

A Vittia reportou crescimento da receita líquida no segundo trimestre, impulsionado principalmente pela linha de produtos biológicos. No último trimestre, o segmento de produtos biológicos teve um crescimento de 73,8%, enquanto fertilizantes foliares e produtos industriais avançaram 42,9%. Os micros de solo e condicionadores de solo também mostraram aumentos de 24,1% e 14,6%, respectivamente. A empresa prevê crescimento na receita e no Ebitda para o próximo trimestre. O setor de biológicos, em particular, demonstra resiliência e potencial de crescimento, mesmo em um ambiente desafiador, indicando sinais de recuperação e normalização. A empresa encerrou o primeiro semestre com uma redução de 10,4% na dívida líquida em comparação ao mesmo período de 2023. O resultado foi impulsionado principalmente pelo desempenho nos recebimentos da safra de grãos 2023/2024, com baixos níveis de atraso e inadimplência, e pela gestão eficiente da dívida, mesmo com o desembolso de R$ 42,5 milhões em proventos e R$ 32 milhões no programa de recompra de ações.

A Vittia expressou otimismo em relação à safra 2024/2025, apesar de um primeiro trimestre marcado por problemas climáticos e impactos na rentabilidade dos produtores rurais. A empresa registrou crescimento em todas as suas linhas de produtos, com uma recuperação na entressafra durante o segundo trimestre de 2024. O recebimento no chamado 'prazo de safra' foi considerado bastante positivo, indicando maior segurança financeira. A empresa vê um cenário otimista para o próximo ciclo agrícola 2024/2025, impulsionado por um câmbio favorável e melhores preços para os produtores, que enfrentam custos em dólar. A transição de El Niño para La Niña também promete condições climáticas mais estáveis, beneficiando a produção de grãos.

Será uma safra mais tranquila e o produtor vai investir. É no segundo semestre que as coisas acontecem no agronegócio brasileiro. A Vittia começou julho com crescimento em dois dígitos. O Citi informou que, apesar do segundo trimestre de 2024 refletir um cenário difícil para distribuidores de insumos agrícolas, há sinais de uma potencial recuperação para a Vittia, já que as receitas líquidas estão aumentando em todos os segmentos, por causa de maiores volumes, já que os preços estão diminuindo e a carteira de pedidos na base cresce, na comparação anual. É importante notar que o segundo trimestre representa uma pequena parcela das receitas líquidas do ano inteiro (o segundo trimestre de 2023 representou apenas 10% das receitas de 2023).

A Vittia sinalizou que os preços dos insumos devem se estabilizar após um período de volatilidade. Os últimos trimestres foram marcados por uma queda acentuada nos preços. Os produtores e as revendas estavam com os estoques muito altos, mas a situação que começou a mudar. A Vittia registrou crescimento no volume de vendas em todas as linhas de produtos no segundo trimestre. Entre as divisões, a linha de produtos biológicos destacou-se com um aumento expressivo de 73,8% na receita líquida. Apesar do resultado, as margens caíram no trimestre em todos os produtos também. Porém, o cenário deve mudar no segundo semestre. A demanda aquecida para a safra atual (2024/2025), aliada a fatores positivos no mercado, está ajudando a estabilizar os preços dos produtos. Alguns produtos devem registrar um pequeno aumento e alguns também registrar queda, mas a perspectiva é reduzir a queda nas margens.

O Citi mantém a revisão de crescimento de vendas em 2024, apoiada por: crescimento da carteira de pedidos; expectativa de melhores condições agrícolas sob o fenômeno climático La Niña; a indústria de insumos agrícolas provavelmente está retornando a uma dinâmica normal, já que os produtores começaram a comprar insumos mais cedo na temporada de plantio; e portfólio de produtos a um preço mais baixo. O Citi pondera que o "retorno à dinâmica normal" não é um consenso da indústria, pois não se observa um grande apetite por compras de insumos pelos produtores durante esta temporada 2024/2025. Os produtores ainda enfrentam um cenário difícil e estão ficando para trás na comercialização de grãos, por causa de menores margens. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.