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23/Aug/2024

Brasil Potássio busca recursos para projeto Autazes

A Brasil Potássio, uma empresa ainda não operacional que pediu esta semana autorização para ter ações listadas na Bolsa de Nova York, quer captar nos Estados Unidos para bancar o projeto Autazes, localizado perto da cidade do mesmo nome na bacia de potássio da Amazônia. Com investimentos de US$ 2,5 bilhões, a obra inclui a construção de uma mina, uma fábrica de processamento, um porto e uma mina para rejeitos, com tempo estimado de obras de 4 anos. Aos investidores estrangeiros, a Brasil Potássio garante que não haverá desmatamento da floresta para o projeto e que está conversando com os milhares de indígenas que moram na região para minimizar impacto à população local. O prospecto da oferta de ações ressalta que a mina, o porto e as outras instalações ficarão em uma área desmatada há várias décadas, por seus proprietários anteriores, e que agora são usadas basicamente para pecuária. O local da exploração está entre os rios Amazonas e Madeira, a 135 quilômetros de Manaus (AM).

Uma vez iniciada a produção da mina de potássio, a empresa vai pagar um royalty de 2% da receita bruta ao governo. As obras em Autazes vão começar assim que o grupo tiver o financiamento necessário assegurado. O IPO na Bolsa de Nova York está previsto para sair ainda este ano, e deve ficar na casa dos US$ 150 milhões. Com as plantas na região operando em plena capacidade, a Brasil Potássio do projeta que pode extrair até 9,4 milhões de toneladas de minério de potássio bruto por ano. O potássio é uma das principais matérias-primas para fertilizantes e o Brasil importa 95% do que utiliza, de países como Rússia e Belarus. Do total de financiamento do projeto, a Brasil Potássio estima que entre 60% e 65% do custo de construção devem ser obtidos via dívida, ou seja, com recursos em bancos ou emissão de títulos de renda fixa. A empresa também prevê uma futura nova oferta de ações.

O plano é buscar o financiamento via dívida na segunda metade de 2025. O projeto vem sendo mostrado a investidores internacionais desde ao menos 2021, em uma série de apresentações em cidades como Nova York, Boston, Toronto e Londres. A empresa integrou comitivas de bancos brasileiros que fazem eventos para investidores nesses locais. A exploração de potássio na Amazônia começou em 1973 pela Petrobras. Mas, por um longo período, entre 1989 e 2008, não houve exploração. Em 2009, a Brasil Potássio fez a primeira perfuração exploratória em Autazes, e continuou fazendo de forma intermitente pelos anos seguintes. As proximidades do local do projeto na Amazônia são habitadas pelos indígenas do povo Mura. A empresa informa que vem fazendo tratativas desde 2017 para explicar aos indígenas o projeto, os impactos na região e as mudanças que trará. Das 36 aldeias que compõem as comunidades indígenas locais Mura, 34 concordaram em apoiar o processo de licenciamento ambiental e o avanço do Projeto Autazes, escreve a companhia no prospecto, que cita 41 vezes a tribo Mura.

Em um acordo com as tribos que a Brasil Potássio quer chegar ainda este ano, a companhia estima o desembolso de US$ 2,5 milhões. O Ministério Público Federal do Amazonas e a Funai já pediram a paralisação do projeto. A Brasil Potássio é 100% controlado pela Brazil Potash, com sede no Canadá. A canadense tem entre seus principais sócios fundos internacionais. O maior (com 30,7% do capital) é o CD Capital, fundo de Londres focado em recursos naturais, que já fez investimentos de US$ 1 bilhão. O segundo maior acionista (23%) é o Sentient, também especializados em recursos naturais, com sede nas Ilhas Cayman. Em seguida está a Forbes & Manhattan, firma de investimento canadense focada em setores como recursos naturais, agricultura e telecomunicações, com 11,7% do capital. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.