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28/Aug/2024

Fertilizantes: demanda estável no Brasil em 2024

Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), a demanda por fertilizantes no Brasil deve ficar estável neste ano ante 2023. No acumulado do ano passado, foram entregues 45,825 milhões de toneladas de fertilizantes, aumento de 11,6% ante 2022. Nesta temporada, os produtores repetem o comportamento do ano passado, de adquirir os adubos mais próximos do momento de aplicação nas lavouras, reflexo da menor produção de grãos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) espera 298,60 milhões de toneladas na safra 2023/2024, redução de 6,6% (21,2 milhões de toneladas) em comparação com o volume obtido na temporada passada 2022/2023 (319,81 milhões de toneladas), de preços de commodities mais baixos e de altas nas cotações de fósforo e da ureia no mercado internacional, além das guerras entre Rússia e Ucrânia e no Oriente Médio. A relação de troca para o produtor rural, quantos sacas ele precisa para comprar fertilizante na maioria das culturas, continua sendo atraente. Essa é a principal moeda de decisão.

Então, a expectativa é entregar números muito parecidos com o ano passado. De janeiro a maio, as entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro somaram 14,242 milhões de toneladas, queda de 1,8% em comparação com igual período de 2023, quando foram entregues 14,502 milhões de toneladas. Um dos principais motivos para o atraso nas aquisições de adubos, para aplicação neste segundo semestre, deve-se principalmente ao menor preço dos grãos. Foi uma consequência da conjuntura. Neste ano, a soja chegou a valer R$ 200,00 por saca de 60 Kg (no início de 2024) e, depois, entre R$ 110,00 e R$ 120,00 por saca de 60 Kg; oscilou muito. Como o preço estava decrescente, é natural o produtor retardar um pouco e aguardar. É prematuro prever se a tendência de postergar as aquisições deve se repetir na safra 2024/2025. Não seria natural nos próximos anos. É preciso aguardar a conjuntura que leva o produtor a tomar essas decisões. Pela série histórica, o produtor tem a janela de produção e prefere comprar com prazo suficiente, porque, se não, corre risco com a logística quando deixa para comprar muito em cima da hora.

Sobre a produção nacional, a redução da dependência externa deve ser percebida nos números apenas daqui a alguns anos, apesar de iniciativas como a produção de fosfatados pela Eurochem em Minas Gerais, a retomada da fábrica de fertilizante Araucária Nitrogenados (Ansa) no Paraná e das autorizações para exploração de potássio em Autazes (AM) já estarem em andamento. O Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) pressupõe que até 2050 esses 85% que o País importa e 15% que produz tenham proporção de 50% e 50%. Além dessas iniciativas, também é muito importante um ambiente de legislação que está para sair. Por exemplo, na Câmara dos Deputados, o projeto de lei do Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert) pode acelerar a produção nacional, na medida que ele cria um ambiente de negócios mais favorável, como uma licença ambiental cumprindo todas as normas, mas um pouco mais rápido do que o praticado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.