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29/Aug/2024

Rodovias: maratona de leilões federais em 2024

O certame da BR-381 (Minas Gerais), nesta quinta-feira (29/08), dá início à maratona de leilões federais rodoviários, com mais sete previstos até o final do ano. A quarta tentativa de conceder o trecho deve contar com duas empresas estreantes, segundo o Ministério dos Transportes: o consórcio liderado pela Aterpa, grupo mineiro especialista em engenharia de infraestrutura. Do outro lado estará a proposta da Opportunity, gestora de recursos que tem, em sua carteira de negócios, investimentos em patrimônio imobiliário. O Castro Barros Advogados avalia que com o amadurecimento do mercado, companhias "tradicionais", como CCR e EcoRodovias, por exemplo, têm se mostrado mais criteriosas. Agora, elas têm uma visão de longo prazo, então não há mais aquela sanha de pegar muitos ativos, como era antigamente.

Para a Secretaria Nacional de Transporte Rodoviário, a participação de duas entrantes demonstra os acertos nas modelagens dos projetos que compõem a atual carteira. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) reforça que o aprimoramento dos editais estimula uma maior participação. Grande parte dos entraves foram endereçados nos contratos federais mais recentes, aumentando a atratividade. Entre as melhorias, se destaca o compartilhamento de variações de demanda entre o poder público e a concessionária, que antes era apenas responsabilidade do ente privado. Para ilustrar a maior competitividade, o certame mais recente, da relicitação da BR-040, recebeu quatro propostas, com três consideradas aptas. O Consórcio Infraestrutura MG, que conta com a participação da EPR, saiu vencedor da disputa da qual a CCR e o Consórcio Vetor Norte também participaram. Contudo, há dois pontos de atenção.

Primeiro, a continuidade dos juros altos, que aumenta a cautela com investimentos de longo prazo, e a "canibalização" dos projetos. Quando há diversos ativos relevantes com perfil parecido no mesmo momento, é possível que haja uma diminuição no número de participantes. Ainda assim, o Rolim Goulart Cardoso Advogados prevê apetite pelos certames agendados diante de um cenário regulatório mais promissor. Pode ser que não haja inúmeras empresas em cada leilão, mas vai ter espaço para todo mundo, porque são projetos diversos. A carteira de leilões é sólida e equilibrada, com projetos de extensões, capex e investimentos de diferentes tamanhos. O Ministério dos Transporter quer atrair players estrangeiros e empresas nacionais de menor porte. No caso das brasileiras menores, capex inferiores são considerados uma boa porta de entrada. Leilões federais agendados para 2024:

BR-381 - (MG) 296,3 Km 29/08/2024

BR-040 - (MG) 231 Km 26/09/2024

BR-262 (MG) 440 Km 31/10/2024

BR-060/452 (GO) 452,4 Km 12/12/2024

BR-262/267 (MS) e MS-040/338/395 870,4 Km 12/12/2024

Rodovias do Paraná - Lote 6 646 Km 19/12/2024

Rodovias do Paraná - Lote 3 569,23 Km 19/12/2024

Ponte São Borja/BR e Santo Tomé/AR e Centro Unificado de Fronteira (CUF) 19/12/2024

As rodovias federais terão que dividir os holofotes com dois certames paulistas nos próximos meses. Em 30 de outubro, serão concedidos 460 quilômetros da Rota Sorocabana, com previsão de R$ 8,7 bilhões em investimentos. No mês seguinte, será a vez da Nova Raposo, que soma 92 quilômetros de extensão e estimativa de R$ 7,3 bilhões em aportes. Para especialistas, as estradas paulistas têm algumas vantagens em relação às demais, incluindo o fato de já terem sido licitadas anteriormente. A engenharia financeira pode não ser mais simples, mas os dados, principalmente de demanda, são mais conhecidos. Segundo o Castro Barros Advogados, historicamente, os modelos de São Paulo chamam mais atenção, principalmente de grupos consolidados. Mas, isso não deve impedir que os outros leilões sejam bem-sucedidos. A Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo reconhece que o histórico de concessões destas estradas reduz riscos. No entanto, também não vê as rodovias do Estado ofuscando o interesse pelas federais. São projetos com perfis distintos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.