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17/Sep/2024

Armazenagem é desafio recorrente no Agronegócio

A armazenagem de grãos é um desafio recorrente enfrentado pelo agronegócio brasileiro. Com a produção agrícola batendo recordes sucessivos a cada ano, a infraestrutura tradicional, com silos metálicos e armazéns convencionais, tem se mostrado insuficiente, gerando um problema relevante. Corroboram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que indicam que a produção de grãos em 2024 estará ao redor de 300 milhões de toneladas. No entanto, a capacidade de armazenagem, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é de 170 milhões de toneladas, evidenciando um déficit significativo. É importante buscar soluções inteligentes que possam amenizar este quadro até que o déficit seja zerado.

Uma alternativa eficiente e acessível seria maior adoção do silo bolsa, principalmente aos pequenos produtores. Este sistema de armazenagem temporária utiliza bolsas plásticas de alta resistência para estocar os grãos e, em alguns casos, alimento para os animais, oferecendo uma série de vantagens e que tem conquistado cada vez mais adeptos no campo. É uma ferramenta prática, de armazenagem flexível, já que pode ser instalado diretamente na propriedade rural, eliminando a necessidade de transporte imediato dos grãos para armazéns distantes. Isso é particularmente benéfico em períodos de pico de colheita. Estudos da Embrapa mostraram que o uso pode reduzir significativamente as perdas pós-colheita e manter a qualidade dos grãos por até dois anos.

Essa tecnologia tem sido cada vez mais adotada em países como Argentina e Uruguai, onde a proporção de grãos armazenados nesse tipo de estrutura chega a 40% da produção. Comparado aos silos metálicos e armazéns convencionais, o investimento inicial é consideravelmente menor, tornando a tecnologia ainda mais acessível. Além disso, se destaca pelo aspecto sustentável, em tempos que muito se fala em impacto ambiental, com a possibilidade de reutilização das bolsas e a redução no consumo de energia para armazenamento. O silo bolsa na propriedade reduz a pressão sobre o transporte, ajudando a obter melhores ganhos nos preços fora da safra. Proporciona um espaço seguro para guardar a produção, evitando aquelas imagens que infelizmente vemos com frequência, de safras deixadas a céu aberto.

Também reduz os custos associados ao uso de armazéns de terceiros, pois possibilita uma melhor gestão do fluxo de secagem dos grãos, funciona como uma extensão da capacidade de armazenagem dos silos fixos, ajuda a evitar filas nos armazéns e otimiza o uso de máquinas e caminhões. Somado a tudo isso pode ser utilizado na produção de silagem, uma técnica fundamental para a alimentação animal, especialmente em períodos de escassez de forragem. Em resumo, em um cenário de expansão agrícola e desafios logísticos, o silo bolsa pode ser uma ferramenta prática e inteligente para garantir a qualidade e segurança das colheitas. Desta forma, a disseminação de informações e treinamentos adequados é crucial para a ampliação desta tecnologia, beneficiando produtores de todos os portes e impulsionando ainda mais o agronegócio nacional. Fonte: Roberto Rodrigues. Broadcast Agro.