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28/Oct/2024

Gás Natural: Brasil busca alternativas de fornecimento

Desde 2014, a produção gás natural na Bolívia já caiu quase pela metade, cenário que reforça a limitação da importação do combustível para o Brasil. De acordo com um estudo recém-elaborado pela consultoria Aurum Energia, a Bolívia produz atualmente 34 milhões de m³/dia, bem abaixo do total de 60 milhões de m³/dia há 10 anos. No período, a redução foi de 26 milhões de m³/dia. A Petrobras já manifestou interesse em incrementar a produção de gás na Bolívia. Hoje, a oferta boliviana está quase totalmente comprometida. O consumo doméstico soma 13,5 milhões de m³/dia e a exportação via Gasoduto Bolívia-Brasil (GasBol) é de 14 milhões de m³/dia. Além disso, há a exportação para a Argentina, em torno de 4,6 milhões de m³/dia. Uma das alternativas de um gás com preço bom, competitivo, é a Bolívia. Mas, o país não é capaz de aumentar essa exportação de gás natural no Brasil. A produção é declinante na Bolívia por vários motivos, incluindo a falta de investimento em exploração e desenvolvimento de campos.

Para aumentar a oferta no mercado brasileiro, o governo federal tem buscado negociar com outros vizinhos sul-americanos. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, lidera as articulações para a possibilidade de importação de gás de Vaca Muerta, na Argentina. Os consumidores brasileiros poderão verificar uma vantagem de 10% a 15% no preço do gás, de acordo com cenários prospectivos do setor. A Argentina tem hoje uma produção de 113 milhões de m³/dia, em cenário crescente. Porém, o consumo doméstico do combustível é de 112 milhões de m³/dia atualmente, praticamente cobrindo toda a produção. A demanda elevada é justificada, por exemplo, por questões sazonais como o inverno. Como a oferta argentina tem perspectiva de aumento, o Ministério de Minas e Energia (MME) busca avançar com as negociações para a importação.

A rota viável no curto prazo é levar o gás da Argentina para a Bolívia e, posteriormente, para o Brasil via Gasoduto Bolívia-Brasil (GasBol). A segunda via de entrada é por meio Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Há um duto que liga a Argentina até a termoelétrica local. O problema é a limitação na infraestrutura. Teria que aumentar o diâmetro desse duto, construir no meio do Rio Grande do Sul um gasoduto de aproximadamente 594 quilômetros para poder ligar essa oferta da Argentina que entraria por Uruguaiana para o mercado brasileiro. Esse reforço na infraestrutura iria exigir cerca de R$ 5 bilhões de investimentos. A terceira via é a conversão em gás natural liquefeito (GNL), o que encontra como principal barreira o encarecimento do produto. Há o custo de liquefação feita para possibilitar o transporte via navio, bem como o custo com a chamada regaseificação (processo que transforma novamente o GNL em gás natural). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.