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29/Oct/2024

Infraestrutura: Brasil precisa elevar investimentos

O Brasil precisa ampliar os investimentos em infraestrutura para, pelo menos, 4% ou 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) por ano. Hoje, o número está abaixo de 2%, o que tem provocado uma rápida deterioração dos ativos. Para reverter a situação, o País terá de dobrar os recursos injetados no setor num período de duas décadas. Isso resultaria em maior bem-estar para a população, competitividade para as empresas e resiliência frente aos eventos climáticos extremos que se tornaram mais comuns nos últimos tempos. A conclusão faz parte de estudo encomendado à consultoria Inter.B pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada - Infraestrutura (Sinicon). A pesquisa mostra que o estoque de capital em infraestrutura (ou seja, o valor total da infraestrutura existente) em comparação com o Produto Interno Bruto (PIB) está em 35,5% no País.

Esse número deveria estar acima de 60%, segundo pesquisas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Desde o início da série histórica analisada, começando em 1970, o melhor momento do estoque aconteceu durante a década de 1980, quando esse índice chegou a 53,4%, em 1983, patamar retomado em 1992. Desde então, o índice vem caindo gradativamente, com uma pequena recuperação entre 2014 e 2016. O País tem dificuldades até para manter os recursos necessários para fazer a manutenção adequada das malhas existentes. Entre 2022 e 2024, o investimento ao ano ficou abaixo de 1,9% do PIB. Esse dado é preocupante, pois para evitar a depreciação do estoque é necessário investimento de pelo menos 1,4% do PIB ao ano. Nesse cenário, o estoque verificado em 2024, de 35,5% do PIB, chegou ao seu pior índice desde 2013.

A infraestrutura do País é um pouco antiga, com uma idade média de 30 e 40 anos. Infraestrutura não dura para sempre, e precisa ser substituída. Os problemas vão além do volume de investimentos necessários para modernizar o setor. O Brasil investe mal e faz uma alocação inadequada dos recursos. Há muito desperdício, inclusive, com projetos que fazem pouco sentido. Ou seja, o planejamento da expansão do setor é falho. Esses projetos deveriam ser tratados como projetos de Estado, não de governo. Não dá certo se cada governo tem o seu projeto, sem levar adiante um plano que deveria ser de décadas. O estudo prevê que serão investidos neste ano R$ 212,7 bilhões, o equivalente a 1,85% do PIB. Desse valor, R$ 142 bilhões devem vir da iniciativa privada (1,23% do PIB) e R$ 70,7 bilhões de gastos públicos (0,61%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.