05/Dec/2024
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu, na terça-feira (03/12), duas fazendas em Pedras Altas, na região sudeste do Rio Grande do Sul. As propriedades, segundo o MST, já receberam laudos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) durante processo de desapropriação das áreas. Outras 170 famílias estão acampadas no Acampamento Sebastião Sales de Hulha Negra. São quatro bases de acampamentos.
O movimento anunciou ainda vigília à sede da superintendência do Incra em Porto Alegre (RS), sem previsão de término, com 250 famílias presentes na mobilização. O MST afirma que só sairá do Incra quando tiver a legalidade de uma área. As famílias acampadas reivindicam o avanço dos processos de reforma agrária ainda neste ano. A mobilização é chamada de "Natal com Terra". Eles exigem que o governo federal acelere as vistorias e compras de terras para possibilitar o assentamento de cerca de 1,5 mil famílias que seguem acampadas no Estado.
No Pará, o MST invadiu na terça-feira (03/12) a Estrada de Ferro Carajás, no município de Parauapebas. A ação, que teve início por volta das 5h, abrange 11 municípios ao longo do Corredor da Estrada de Ferro Carajás, estendendo-se até São Luís, no Maranhão. O objetivo é pressionar a mineradora Vale e os governos federal, estadual e municipal a atenderem as demandas de comunidades afetadas pelos impactos ambientais e sociais gerados pela mineração na região.
João Pedro Stédile, líder do MST, criticou duramente o governo de Lula por não atender rapidamente às demandas da reforma agrária. Ele afirmou que o programa Minha Casa, Minha Vida, reformulado pelo governo, tem favorecido a classe média, enquanto os sem-teto ainda recorrem a ocupações. Stédile também criticou o programa por beneficiar grandes construtoras, em detrimento das entidades dos movimentos populares, que não conseguiram contratos. O MST continua pressionando o governo por uma maior aceleração na reforma agrária, com um aumento das invasões de terra, especialmente desde o início do terceiro mandato de Lula. Fontes: Broadcast Agro e O Globo. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.