22/Jan/2025
A AgroGalaxy informou que avança na execução de sua estratégia de reestruturação, fundamentada em três pilares principais: otimização do mix de vendas, com foco em produtos de maior valor agregado; redução de despesas, que, segundo a empresa, gerou economia de R$ 150 milhões nos últimos doze meses; e uma gestão mais eficiente do capital de giro, com controle de estoques e prazos de pagamento. "Priorizamos nesse momento a venda de produtos de valor agregado, como defensivos e sementes de especialidade, tirando o pé do fertilizante", afirmou o CEO Eron Martins. A estratégia, segundo ele, visa melhorar as margens diante de um cenário de preços das commodities considerados pressionados. O contrato futuro de soja na Bolsa de Chicago tem operado abaixo de US$ 10,00 por bushel, com variações entre US$ 9,00 e US$ 9,50 por bushel.
A empresa destacou que há fatores considerados positivos para o futuro, como a perspectiva de condições climáticas favoráveis e o câmbio atual. "O La Niña é muito mais simpático do que o El Niño para nossas regiões de atuação, especialmente no Sul, onde estamos vendo uma safra bastante positiva. Não tem nada melhor do que o produtor ganhando dinheiro", afirmou Martins. Mesmo com preços mais baixos no mercado internacional, a expectativa de uma supersafra de soja pode, de acordo com a empresa, compensar pelo volume produzido, beneficiando os produtores. "Quando o produtor ganha dinheiro, ele investe. Ele compra especialidades, melhora a qualidade da semente e aplica defensivos com maior margem", disse o executivo. Em relação ao cenário de juros elevados, Martins afirmou que a AgroGalaxy ajustou suas operações para lidar com essa realidade.
"A gente meio que isolou o efeito dos juros, porque não está na nossa mão. Trabalhamos para um País de juros altos, maximizando a eficiência operacional e a rentabilidade", explicou. A empresa também informou que observa sinais de recuperação, citando o recebimento de grãos em suas unidades na Região Sul como um indicativo de normalização das atividades. "Com tudo o que aconteceu, ver caminhões de grãos entrando nos nossos silos é um sinal de que estamos voltando ao jogo. Isso mostra que, apesar das dificuldades, as relações comerciais foram mantidas e estamos retomando a operação", disse Martins. Sobre o controle do capital de giro, a empresa afirmou que busca manter estoques em níveis considerados adequados para reduzir a exposição à volatilidade de preços. "Estamos em um patamar aceitável para uma revenda, alinhando contas a pagar e a receber para garantir uma operação mais estável", declarou o CEO.
A AgroGalaxy reforçará sua gestão de estoques e diversificará as fontes de financiamento como parte da estratégia para enfrentar o processo de recuperação judicial, iniciado em setembro de 2024. Durante a teleconferência de resultados realizada nesta terça-feira (21/01), o CEO, Eron Martins, destacou a importância de manter estoques saudáveis e buscar alternativas ao crédito bancário. "Vamos continuar exigentes no que diz respeito a ter níveis de estoque nas filiais condizentes com uma revenda do agronegócio, sem abrir mão em função de um rebate ou uma compensação adicional", afirmou Martins. Ele explicou que um estoque bem gerido protege a empresa contra as oscilações do mercado, citando a recente volatilidade do dólar como exemplo. No campo financeiro, Martins enfatizou que a empresa busca soluções inovadoras para lidar com as restrições de crédito no setor agropecuário.
"Continuamos em busca de alternativas face ao mercado bancário ainda reticente com o agro e o varejo", disse, mencionando os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) como um mecanismo essencial para oferecer liquidez e garantir previsibilidade às operações. O CFO, Luiz Conrado Sundfeld, detalhou as iniciativas financeiras em curso, incluindo a reativação do FIDC Terra Magna, exclusivo da AgroGalaxy. Ele explicou que esse fundo permite à empresa antecipar receitas com base em títulos emitidos por produtores rurais, como a Cédula de Produto Rural (CPR), oferecendo melhores condições de crédito para os clientes. "A reabertura do FIDC Terra Magna foi um passo essencial para assegurar o acesso dos produtores rurais a condições competitivas de financiamento, especialmente no período da 2ª safra de milho de 2025", disse Sundfeld. Segundo ele, a medida reflete o compromisso da empresa em criar alternativas que beneficiem tanto o caixa da AgroGalaxy quanto seus clientes. Sundfeld também ressaltou que, após o pedido de recuperação judicial, a companhia optou por não realizar mais vendas a prazo, priorizando transações à vista para preservar o caixa.
"Isso nos obrigou a ajustar nossas operações rapidamente e garantir que o fluxo financeiro permanecesse sob controle", afirmou. Além disso, a empresa tem trabalhado para restabelecer a confiança de fornecedores e clientes, com foco em especialidades como defensivos agrícolas e sementes. "Apesar das dificuldades, o momento exige foco e resiliência. Estamos ajustando nossas operações para garantir que possamos voltar a crescer de maneira sustentável", concluiu Martins. A AgroGalaxy projeta alcançar receitas de R$ 2,1 bilhões em 2025 e de R$ 3,3 bilhões em 2026, com foco em produtividade e controle de custos, conforme detalhado pelo CEO Eron Martins em teleconferência de resultados. Em processo de recuperação judicial desde setembro de 2024, a empresa destaca sinais positivos na operação, como a retomada da confiança de fornecedores e produtores rurais, e a reorganização interna para sustentar o crescimento.
"O fato de começarmos a receber grãos de produtores em nossos silos no Sul é um certificado da retomada dessa confiança", afirmou Martins, ao citar um dos marcos do plano. Segundo ele, o retorno dos depósitos demonstra a reconquista de credibilidade junto aos clientes, o que tem se refletido no aumento das visitas às lojas e nas negociações. Segundo o CEO, a reestruturação levou a AgroGalaxy a reduzir sua rede de lojas de 149 para 73 e a reconfigurar a força de trabalho para 235 vendedores, distribuídos em duas unidades de negócios: Sul (Paraná e São Paulo) e Cerrado. "Esse dimensionamento nos permite entregar o que está previsto no plano publicado, com foco em produtividade e eficiência", destacou Martins. A estratégia da empresa é elevar a produtividade por vendedor sem expandir a estrutura. "O trabalho que foi feito agora vai calcar muito como será o jeito de operar da AgroGalaxy daqui para frente", afirmou. Martins também destacou o foco em um mix de produtos mais rentável, privilegiando sementes, defensivos e especialidades, que oferecem margens superiores às de fertilizantes. "Estamos falando de margens mais saudáveis, sem abrir mão de controlar as despesas", disse o executivo.
A venda de uma carteira de dívidas vencidas, anunciada via fato relevante, foi citada como uma iniciativa fundamental para reforçar o caixa. "Esse cash adicional que vem para dentro da empresa nos ajuda nas compras à vista, mas mantendo as parcerias com o fornecedor", explicou Martins. Além disso, a retomada do FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) deve contribuir para ampliar a liquidez e melhorar as condições de crédito. Segundo Martins, o plano de recuperação busca equilibrar a concessão de crédito a produtores com a renegociação de prazos com fornecedores. "Estamos trabalhando para retomar prazos, pois vendemos a prazo e queremos também voltar a comprar a prazo, negociando com cada fornecedor", detalhou. O plano de recuperação judicial prevê uma melhora progressiva no Ebitda da empresa, com expectativa de atingir R$ 420 milhões até 2030 e R$ 713 milhões até 2035. A estratégia de crescimento, descrita como "pé no chão" pelo CEO, está alinhada à meta de manter um rígido controle de despesas. "Nosso time está focado em fazer as compras previstas para o primeiro trimestre de 2025. Tudo isso nos coloca no eixo para entregar os resultados esperados no plano", afirmou. Fonte: Broadcast Agro.