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17/Mar/2025

Bioinsumos: Vittia divulga resultado do 4º trimestre

A Vittia, fabricante de insumos biológicos e nutricionais para a agricultura, registrou lucro líquido de R$ 75,3 milhões em 2024, queda de 22,6% em relação ao ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado recuou 6%, totalizando R$ 133,3 milhões, com margem de 16,9%, retração de 1,8 ponto porcentual, na mesma base de comparação. A receita líquida, no entanto, cresceu 4%, alcançando R$ 786,6 milhões no ano. No quarto trimestre de 2024, a companhia apresentou resultados mais positivos, com lucro líquido de R$ 46,4 milhões, aumento de 12,4% em relação ao mesmo período de 2023. O Ebitda ajustado avançou 36,9%, para R$ 61,3 milhões, com margem de 24%, expansão de 5,6 pontos porcentuais. A receita líquida trimestral cresceu 5,1%, atingindo R$ 255,8 milhões.

A empresa manteve sua solidez financeira, apesar do cenário desafiador. Dentro da execução dos programas de recompra ao longo de 2024, foi adquirido 4,3% do capital, uma clara demonstração da confiança nas estratégias e perspectivas futuras. A companhia destacou ainda que o ano de 2024 foi marcado por forte pressão nos preços e sobre as margens em todas as linhas de negócio. A alavancagem financeira da Vittia encerrou 2024 em 1,09 vez o Ebitda ajustado, o que a empresa considera um "patamar muito confortável". O segmento de fertilizantes foliares e produtos industriais, principal linha de negócios da empresa, registrou crescimento de 10,6% na receita anual, atingindo R$ 388,5 milhões. A linha de produtos biológicos teve retração de 2,5% no ano, somando R$ 214 milhões, mas apresentou desempenho expressivo no quarto trimestre, com avanço de 25,3%, alcançando R$ 84,7 milhões.

As perspectivas para 2025 são positivas, com fundamentos mais favoráveis para o mercado de insumos. A safra de 2024/2025 está se desenvolvendo de forma satisfatória, o câmbio tem beneficiado a rentabilidade do produtor e o preço dos insumos está próximo dos menores níveis históricos em termos reais. A empresa continuará em 2025 com seu programa de recompra de ações, dando sequência à estratégia iniciada no ano passado. Foi destacado que a empresa é subavaliada pelo mercado. A empresa já executou mais de um milhão de ações agora no primeiro trimestre, antes do período de silêncio. Em outubro de 2024, a companhia havia anunciado o cancelamento de 4,4 milhões de ações mantidas em tesouraria, adquiridas no âmbito do terceiro programa de recompra, e a aprovação do quarto programa, que prevê a aquisição de até 4,5 milhões de ações, representando cerca de 3% do total de ações emitidas e 9% das ações em circulação.

A estratégia de recompra será gradual e não visa o fechamento de capital. A melhor oportunidade de investimento para a Vittia hoje é nas suas próprias ações. Foi descartada emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) no curto prazo e a empresa está reavaliando a estratégia de fusões e aquisições. Quase todas as oportunidades de M&A estão mais caras do que a própria Vittia e são muito menos estruturadas e com menos potencial. A Vittia atribuiu parte significativa da queda no lucro em 2024 ao aumento de R$ 21 milhões na carga tributária, resultante da mudança na legislação sobre subvenções para investimentos. Esse efeito já era esperado e afetou diretamente a lucratividade. Na parte fiscal, conforme esperado, teve um aumento relevante da carga fiscal no ano. Comparando o delta do ano, foram R$ 21 milhões a mais de IR e contribuição social. Isso em função do fim da subvenção.

No fim de 2023, foi aprovada a mudança da legislação que permitia o abatimento da subvenção do IR e contribuição social. O aumento da carga tributária fez com que a empresa tivesse uma queda mais relevante de lucratividade do que a queda operacional e financeira. A Vittia alterou sua prática contábil, retirando o imposto sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP) do resultado financeiro e realocando na linha de IR e contribuição social. Apesar do impacto fiscal, a empresa conseguiu reduzir suas despesas financeiras em 2024 devido à menor dívida líquida média ao longo do ano e a um custo de captação mais favorável. A despesa financeira foi mais baixa do que 2023. Fonte: Broadcast Agro.