17/Mar/2025
A Vittia segue apostando no crescimento dos defensivos biológicos e prevê que sua nova planta de macrobiológicos, em Artur Nogueira (SP), atinja plena capacidade produtiva até o fim de 2025. Ao mesmo tempo, a companhia avalia que o setor passará por um processo de seleção natural nos próximos anos, com a consolidação de poucos players relevantes, diante da complexidade da produção e da necessidade de escala. A nova unidade, inaugurada em 2024, ainda está em fase de equalização da produção, mas deve contribuir de forma positiva para os resultados de 2025. É o primeiro ano inteiro de operação. A expectativa é chegar na capacidade dela ao final do ano. O macro deve ter uma contribuição positiva, porque em 2024, ainda no início da operação, o resultado foi negativo para a empresa. A linha de biológicos da Vittia teve um crescimento expressivo de 25,3% na receita líquida no quarto trimestre, para R$ 84,7 milhões, mas encerrou o ano com uma leve retração de 2,5%, totalizando R$ 214 milhões.
A oscilação foi causada por dificuldades no mercado de inoculantes para soja, afetado pela seca e pelo atraso no plantio. O mercado travou com o atraso no plantio da soja, que é o principal momento para o uso de inoculantes. Nos últimos anos, a dosagem por hectare vinha aumentando, mas em 2024 houve uma redução da intensidade do uso. Além do crescimento industrial, a Vittia aposta na inovação com o lançamento, previsto para este ano, de um novo fungicida para o controle da ferrugem asiática, mercado estimado em R$ 3 bilhões no Brasil. É um produto que demorou seis anos para ser registrado. A empresa conseguiu o registro em novembro/2024 e será lançado esse ano para a safra 2025/2026. A previsão é de que o mercado de defensivos biológicos passará por um movimento de consolidação, semelhante ao que ocorreu com o e-commerce anos atrás.
Ninguém discute hoje que o biológico é o futuro do agro, mas houve talvez um excesso de otimismo nos entrantes. Em determinado momento, virou um consenso que e-commerce ia ser o futuro, assim como hoje é consenso que o biológico faz parte da agricultura. Nascem iniciativas das mais diversas, mas a verdade é que não vai ter espaço para todo mundo. A produção de biológicos exige estrutura e eficiência, fatores que podem limitar a permanência de algumas empresas no setor. Produzir biológico não é fácil nem simples. No momento de euforia, houve um número muito grande, talvez até exagerado, de iniciativas. E algumas dessas iniciativas enfrentam dificuldades nesse período mais difícil de mercado. Segundo a Vittia, produtores rurais e revendas aumentaram a busca por prazos mais longos para pagamento de insumos em 2024, reflexo das restrições de crédito e da menor liquidez no agronegócio.
Esse movimento não preocupa a empresa, que manteve inadimplência controlada e segue com balanço sólido para 2025. O agricultor, as revendas, alguns que costumavam até comprar no curto prazo, estão buscando mais prazo. Isso é natural no cenário de restrição de liquidez e maior inadimplência. Mesmo com pressão nas margens, a empresa manteve inadimplência baixa, com uma provisão de apenas R$ 358 mil no ano, com uma política conservadora da empresa na concessão de crédito. A empresa tem conseguido captações a custos atrativos e pode até se beneficiar do cenário. Os agentes estão preferindo nomes mais seguros, e a Vittia tem conseguido obter boas taxas com spreads baixos. A restrição de crédito será um dos desafios do setor em 2025, mas a Vittia está bem-posicionada, pois tem alavancagem para passar por qualquer tremor de crédito e liquidez. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.