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28/Mar/2025

Frete Rodoviário: colheita concentrada eleva preços

Segundo a Agroconsult, durante o pico da colheita da soja, nos últimos 45 dias, os fretes rodoviários registraram uma evolução muito significativa nas principais regiões produtoras do Brasil, especialmente no Cerrado. A escalada dos valores está associada à combinação de fatores como o volume recorde, a colheita concentrada e a mudança na estratégia de contratação de transporte pelas empresas. No ano passado, todos que tinham feito seus contratos de take or pay com os operadores logísticos, em função da quebra em Mato Grosso, ficaram com um contrato ocioso. Muitas tradings reduziram o volume de contratação antecipada e deixaram um volume maior de frete para ser contratado no mercado spot quando a safra viesse. A safra veio muito grande e isso deixou o mercado de frete mais susceptível. Essa mudança no padrão de contratação, associada ao volume recorde de soja a ser movimentado, intensificou a pressão sobre o sistema logístico.

Houve uma evolução de frete muito significativa durante o início da colheita. O aumento dos preços ocorreu quando a colheita pegou tração, especialmente no Cerrado. Acidentes em terminais importantes agravaram ainda mais o cenário. Teve acidentes em Rondonópolis (MT), na Bahia, em Barcarena (PA), e isso sempre traz algum estresse. A infraestrutura segue sendo um dos principais gargalos para o agronegócio brasileiro. É típico de uma safra grande, com déficit de logística, sobretudo intermodal. O País não tem o volume de ferrovias e hidrovias que precisa e não tem os terminais portuários com sobra de capacidade. Para contornar os problemas de armazenagem, produtores recorreram a soluções temporárias. A venda de silo bolsa nos meses de janeiro e fevereiro e março foi recorde no Brasil, para poder complementar, por exemplo, a capacidade nossa de armazenagem de curto prazo.

Apesar dos transtornos logísticos, a expectativa é de recordes consecutivos nos embarques de soja entre março e junho. De março a junho, haverá números recordes de saída de soja em todos os meses. Não foi assim em janeiro e fevereiro, mas provavelmente, de março até junho, novos recordes serão estabelecidos de expedição de soja nos portos. O setor já incorporou esses desafios sazonais ao planejamento. Todos sabem desse estresse do sistema. O atraso no calendário de colheita foi outro fator de pressão. As chuvas intensas em janeiro e fevereiro, especialmente na Região Centro-Oeste, dificultaram o avanço das colheitadeiras e concentraram ainda mais o escoamento da produção. Faltou caminhão. O caminhão demorava mais para ir e voltar. Em alguns momentos, o caminhão virou silo, virou armazém, durante um período ali bem complexo da colheita, especialmente em Mato Grosso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.