31/Mar/2025
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), criticou a paralisação do projeto da ferrovia Ferrogrão e afirmou que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é o principal entrave para o avanço da obra. Mendes revelou que aguarda há dois meses por uma audiência com o presidente Lula para discutir o tema. A Ferrogrão é um projeto de 933 Km de extensão que ligará Sinop (MT) a Miritituba (PA), com o objetivo de escoar a produção de grãos da Região Centro-Oeste. Após chegarem a Miritituba, as cargas seguirão em barcaças rumo aos portos de Barcarena e Santarém, no Pará. O projeto, lançado em 2014 pela iniciativa privada e incluído no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) em 2016, também prevê dois ramais complementares.
Mendes classificou como "pseudo-ambientalismo" os argumentos contrários à ferrovia. O projeto enfrenta impasses ambientais, incluindo questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF), por envolver áreas ambientalmente sensíveis, como o Parque Nacional do Jamanxim, no Pará. Em resposta a essas questões, o Ministério dos Transportes criou um Grupo de Trabalho da Ferrogrão para receber ideias, documentos e sugestões para o projeto. O presidente Lula havia solicitado que cada governador apresentasse três ou quatro projetos prioritários, e Mendes incluiu a Ferrogrão entre as prioridades de Mato Grosso. A ferrovia é essencial para o escoamento da produção agrícola do Estado. Mato Grosso vai continuar crescendo sua produção no agro, em área e em produtividade. Não vai sair tudo isso pelo Porto de Santos (SP), pela Rota Sul. É preciso fortalecer a Rota Norte.
A Ferrogrão teria um impacto econômico significativo para o Estado, com uma economia estimada de aproximadamente R$ 8 bilhões em frete, que permaneceriam circulando na economia local, possibilitando mais investimentos em serviços públicos. Mendes criticou narrativas ambientais que são usadas para barrar o projeto. O traçado da ferrovia seria na área de domínio da BR-163, e não dentro da reserva. O projeto prevê o desmatamento de aproximadamente 800 hectares apenas na zona de amortecimento. O governador relacionou os obstáculos ao projeto a interesses internacionais, especialmente de países europeus. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.