02/Apr/2025

A primeira assembleia geral de credores da AgroGalaxy, realizada na segunda-feira (31/03), foi encerrada sem deliberações por falta de quórum. O encontro, convocado para votar o plano de recuperação judicial da companhia, será retomado em segunda chamada no dia 9 de abril, às 13h30, no mesmo formato híbrido; com participação presencial em Goiânia (GO) e online. Segundo a administração judicial, 160 credores compareceram, o equivalente a 4,15% do total de 3.852 habilitados. Apesar de representarem 82,74% do valor da dívida reconhecida (R$ 3,48 bilhões de um total de R$ 4,21 bilhões), o número de presentes por classe ficou abaixo do mínimo exigido pelo artigo 37 da Lei de Recuperação Judicial (Lei nº 11.101/2005) para instalação da assembleia em primeira convocação. Na classe trabalhista, apenas 7 dos 415 credores compareceram (1,69%).

Entre os quirografários, participaram 145 dos 2.729 credores (5,31%), enquanto na categoria de micro e pequenas empresas apenas 6 dos 707 credores estiveram presentes. A reunião contou com a presença dos principais executivos da AgroGalaxy, incluindo o CEO Eron Martins, o CFO Luiz Conrado dos Santos Carvalho Sundfeld e a diretora jurídica Marina Godoy da Cunha Alves, além dos advogados da companhia. No plano de recuperação a ser votado, a AgroGalaxy propõe diferentes condições de pagamento conforme o tipo de credor. Fornecedores e produtores rurais que mantiveram relações comerciais com a empresa após o pedido de recuperação terão suas dívidas pagas integralmente em 10 anos, sem descontos e com dois anos de carência. Já credores financeiros parceiros receberão seus créditos integralmente em até 11 anos, corrigidos pelo IPCA, também com dois anos de carência.

Para demais credores quirografários sem garantia real, o plano prevê um deságio de 85%, com pagamento em até 16 anos, três anos de carência e correção pela TR acrescida de 0,5%. Micro e pequenas empresas podem optar por um pagamento único de R$ 1 mil ou pelo pagamento integral com carência de dois anos. A AgroGalaxy protocolou pedido de recuperação judicial em setembro de 2024, com dívida de R$ 4,6 bilhões. Desde então, a empresa fechou metade das lojas, reduziu 40% da força de trabalho e busca reequilibrar o caixa com a venda de uma carteira de créditos vencidos de R$ 760 milhões e a reativação de um fundo para antecipação de recebíveis. Mais de 80 credores apresentaram objeções formais ao plano apresentado pela companhia, entre bancos, fornecedores de insumos, empresas de transporte e distribuidoras de energia. Na assembleia do dia 9, o plano poderá ser aprovado, rejeitado ou modificado, e poderá ser constituído um comitê de credores. Fonte: Broadcast Agro.