03/Apr/2025
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), diante das elevadas taxas de juros nos financiamentos de mercado para compras de máquinas agrícolas, de 11,5% dentro do Plano Safra e 19% fora do Plano Safra, os produtores deverão esperar os recursos subsidiados do governo, em julho, para voltar a comprar as máquinas e os implementos agrícolas. Nos próximos meses (abril, maio e junho) que precedem o Plano Safra, o mercado vai “empurrar” para frente as compras para pegar o Plano Safra a partir de julho. O setor está vendo com muita preocupação o impacto das taxas de juros e com receio o Plano Safra deste ano. A Abimaq já fez sugestões ao governo. Pediu R$ 21 bilhões para o Moderfrota e R$ 7 bilhões para o Pronaf. Seria um plano robusto.
Mas, isso está bastante distante do que o governo colocou esse ano. Neste ano, o governo colocou apenas R$ 10 bilhões para o Moderfrota. E teve um agravante que o Banco do Brasil acabou devolvendo parte do dinheiro de investimento para custeio. Ele tirou R$ 1,5 bilhão do Moderfrota e R$ 800 bilhões do Pronaf. E tirou também R$ 500 bilhões também do PSA (Pagamento por Serviços Ambientais). O PSA é um mecanismo financeiro que remunera os produtores rurais que aplicam práticas ambientais sustentáveis em suas propriedades. Em resumo, a leitura do setor de máquinas agrícolas é de que o governo não teve o mesmo apetite para emprestar que o mercado tinha por expectativa. No ano passado, foram vendidos R$ R$ 60 bilhões, e o governo não deu conta de emprestar, não teve apetite.
Mas isso é um problema interno do governo, e o banco também não é obrigado a emprestar. Quando se olha para o próximo Plano Safra, o que se espera é que vai ser um problema grande porque, na medida em que o juro sobe, o subsídio fica muito alto e o setor sabe que o governo não tem o valor necessário para o subsídio. O orçamento que foi aprovado há três semanas pelo Congresso, o subsídio para o Plano Safra foi de R$ 15 bilhões. Só este ano o governo já gastou R$ 20 bilhões. Para ter um Plano Safra minimamente parecido com o do ano passado, precisaria de mais ou menos R$ 27 bilhões, então estes R$ 15 bilhões estão muito longe. Infelizmente o valor será menor e mais caro. A questão dos juros preocupa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.