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11/Apr/2025

AgroGalaxy: assembleia geral de credores aprova RJ

A AgroGalaxy, distribuidora de insumos agrícolas em recuperação judicial, divulgou Fato Relevante no qual informa que o Plano de Recuperação Judicial da Companhia e de suas subsidiárias foi aprovado em Assembleia Geral de Credores, realizada na quarta-feira (09/04). "O Plano será submetido à homologação perante o Juízo da 19ª Vara Cível e Ambiental da Comarca de Goiânia, Estado de Goiás, nos termos da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2025", informou. A AgroGalaxy protocolou pedido de recuperação judicial em setembro de 2024, com dívida de R$ 4,6 bilhões. Desde então, a empresa fechou metade das lojas, reduziu 40% da força de trabalho e busca reequilibrar o caixa com a venda de uma carteira de créditos vencidos de R$ 760 milhões e a reativação de um fundo para antecipação de recebíveis. Após mais de 12 horas de discussões com credores, a AgroGalaxy conseguiu aprovar seu plano de recuperação judicial com apoio de 82,4% dos créditos votantes.

Segundo o CEO da companhia, Eron Martins, a construção do acordo exigiu uma série de ajustes feitos ao longo da assembleia, que terminou na madrugada desta quinta-feira (10/04). "Sempre buscamos escutar o fornecedor e entender quais adaptações eram possíveis sem comprometer o plano". Uma das principais negociações envolveu o Banco do Brasil, maior credor individual da empresa, com R$ 391 milhões a receber. Segundo Gustavo Salgueiro, advogado da AgroGalaxy, o banco chegou a pedir o adiamento da votação por 30 dias, alegando falta de tempo para avaliar as alterações protocoladas no início do mês. A proposta foi rejeitada pela maioria dos presentes - 1.136 votos contra, 79 a favor e 23 abstenções. Depois disso, o banco decidiu não converter seus créditos em ações da companhia, optando por receber debêntures tradicionais de longo prazo.

Outra mudança de última hora, segundo Salgueiro, foi a inclusão de uma modalidade de pagamento em dólar, limitada a até US$ 45 milhões. O objetivo foi atender fornecedores estrangeiros, sobretudo multinacionais, cujas matrizes exigem contratos em moeda estrangeira. Para Eron Martins, a alternativa foi possível porque a empresa já tem parte de suas receitas em dólar em algumas operações, o que, nas palavras dele, cria um “hedge natural” - ou seja, uma compensação automática entre receitas e despesas na mesma moeda, evitando impactos negativos de variações cambiais. A assembleia também formalizou uma categoria especial de credores, chamada de “credores parceiros”, fornecedores que mantiveram entregas mesmo após o pedido de recuperação judicial e que apoiaram a proposta. Para esse grupo, foram estabelecidas condições mais favoráveis: pagamento integral, sem desconto, com dois anos de carência e prazo total de dez anos para quitação.

O reconhecimento foi incluído no texto final do plano, segundo Salgueiro, como forma de preservar relações comerciais estratégicas. Durante a reunião, representantes do Santander e da trading Louis Dreyfus Company (LDC) também pediram esclarecimentos sobre a venda de uma carteira de dívidas vencidas que será estruturada como uma Unidade Produtiva Isolada (UPI). As dúvidas diziam respeito ao valor dos créditos, impacto no caixa e regras da venda. De acordo com Salgueiro, as respostas foram fornecidas ao longo da assembleia e incluídas nos anexos da versão final do plano. Com a aprovação, o plano será encaminhado para homologação pela 19ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia. A decisão judicial deve ser proferida nas próximas semanas. Enquanto isso, a companhia está consolidando os dados da dívida ajustada, com base nas opções de pagamento escolhidas por cada credor. Fonte: Broadcast Agro.